Covid-19 e impactos da pandemia são debatido no Fórum Econômico Mundial
Na avaliação da ministra Nísia Trindade, para ter sistemas de saúde que sejam resilientes é necessário "tempo de resposta política tanto a nível nacional quanto global"
Quais são os esforços necessários para preparar os sistemas de saúde para os múltiplos desafios do futuro? As respostas a essa questão foram debatidas no painel "Preparando-se para a ‘Doença X’", realizado na quarta-feira (17/01), dentro da programação do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O evento conta com a participação da ministra da Saúde, Nísia Trindade.
De acordo com a ministra, alcançar sistemas de saúde que sejam resilientes depende do "tempo da resposta política tanto a nível nacional quanto a nível global". No caso específico do Brasil, segundo ela, o que se viu na gestão que a antecedeu foi uma resposta muito negativa diante da capacidade que o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro possui.
Durante o painel, a ministra destacou a experiência brasileira no enfrentamento da pandemia da covid-19. "Temos aprendizados da pandemia, mas precisamos de algumas forças transformadoras para pensar em uma efetiva capacidade de resposta frente a doenças com possível potencial pandêmico", observou.
O que fazer daqui para frente? Nísia sugeriu caminhos: "É primordial o investimento em tecnologia, inovação e na redução da desigualdade entre os países, especialmente no que se refere ao desenvolvimento e produção de medicamentos, vacinas e testes diagnósticos", pontuou. A ministra reforçou que o Brasil, enquanto líder do Grupo dos 20 (G20), está propondo uma aliança para incentivar a produção em nível local e regional de insumos para a saúde.
"Ao mesmo tempo, é muito importante que haja uma visão integrada da vigilância de possíveis novos surtos, novas epidemias ou riscos pandêmicos. Essa vigilância deve ser vista de uma forma integral, iniciando na atenção primária à saúde e fortalecendo os centros de inteligência epidemiológica do país", destacou.
A ministra aproveitou o debate para suscitar a necessidade de fortalecimento da saúde digital nos países. “Recentemente, foi publicado no Brasil um relatório da Academia Brasileira de Ciências (ABC) avaliando exatamente o papel da inteligência artificial nos sistemas de saúde”, lembrou. “Há aspectos positivos que vão desde o diagnóstico até o tratamento e integração de dados para análises de cenários epidemiológicos. Mas, ao mesmo tempo, existe a preocupação tanto com a educação quanto com a melhoria dessas tecnologias nos países em desenvolvimento”, disse.
AGENDA INTERNACIONAL - Na segunda-feira (15/01), primeiro dia do fórum na Suíça, a ministra participou de reunião bilateral com a enviada especial para Mudanças do Clima e da Saúde da OMS, Vanessa Kerry. Na oportunidade, Nísia tratou de evidências científicas do impacto das mudanças do clima na saúde da população, incluindo fenômenos como ondas de calor mais intensas, eventos climáticos extremos e mudanças nos padrões de doenças transmitidas por vetores.
Já na terça (16/01), Nísia participou de painéis sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde das populações - em especial, as mais vulneráveis - e o papel da saúde para uma transformação sustentável.
O FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL - O Fórum Econômico Mundial é uma reunião que ocorre anualmente, sempre em Davos. O encontro busca aproximar autoridades e promover debates sobre desenvolvimento e cooperação público-privada. A edição deste ano vai até esta sexta-feira (19/01).
Por: Planalto
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