Em Fórum Econômico Mundial, Brasil defende sustentabilidade dos sistemas de saúde

Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a parceria entre os setores público e privado é fundamental para a busca da sustentabilidade dos sistemas nacionais de saúde. A atuação conjunta foi uma das ações citadas pela ministra, nesta segunda-feira (15), no evento de boas-vindas aos parceiros da comunidade global de saúde do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

“Gostaria de enfatizar o papel que o setor privado pode desempenhar na promoção da saúde e na prestação de cuidados às nossas populações, com o objetivo de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse a ministra, destacando também a importância das parcerias para a produção nacional de medicamentos, vacinas e outros produtos médicos.

No encontro, Nísia citou o exemplo do Brasil, em que a parceria público-privada, sempre com foco na assistência universal, é uma peça central da política para o Complexo Econômico Industrial da Saúde, recentemente adotada. “Visamos a uma nova indústria: sustentável e inovadora, onde possamos combinar as vantagens de nossa sólida produção e pesquisa no setor público com as do setor privado”, pontuou.

Saúde e ambiente

No primeiro dia de programação, a ministra participou de reunião bilateral com a enviada especial para Mudanças Climáticas e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Vanessa Kerry. Na oportunidade, destacou a relação entre clima e saúde e os preparativos para a realização da COP 30 no Brasil, em 2025.

Na temática, o Ministério da Saúde, dentre outros pontos, está se estruturando para criar medidas para que o setor de saúde possa adotar para se adaptar aos desafios colocados pelas mudanças climáticas e mitigá-los, como aprimorar os sistemas de vigilância de doenças relacionadas ao clima e fortalecer os protocolos de resposta a emergências.

Reconstrução do setor

Para Nísia Trindade, o financiamento adequado, a igualdade de acesso e a confiança das pessoas no conhecimento científico e nos líderes da área de saúde são os três pilares a serem trabalhados para a reconstrução do setor de saúde. Os pontos foram defendidos pela ministra em entrevista dada a uma TV chinesa.

“No Brasil, a reconstrução da confiança requer o fortalecimento do nosso Sistema Único de Saúde, um sistema universal que atinge mais de 200 milhões de pessoas e foi estabelecido com base em nossa redemocratização. Reconstruir a confiança e a previsibilidade são fundamentais para essa visão de governo”, alertou. “Na saúde, um dos principais desafios foi lidar com os negacionistas. Apenas para ilustrar esse ponto, o Brasil teve mais de 11% das mortes em decorrência da covid-19 no mundo, embora tenha apenas 6% da população”, disse.

O fórum

Com o lema “Reconstruindo a confiança”, a 54ª edição do Fórum Econômico Mundial segue até a próxima sexta-feira (19). Ao longo da semana, a ministra da Saúde participa de encontros bilaterais, painéis e rodas de conversa em que vai apresentar ao mundo as prioridades do Brasil na presidência do Grupo dos 20 (G20), como a proposta de criação de uma ampla parceria para o desenvolvimento de medicamentos e vacinas.

Entre os temas estratégicos a serem debatidos também estão a transição energética, mudanças climáticas, segurança global e o desenvolvimento da inteligência artificial.

Por: Ministério da Saúde (MS)