Direitos humanos

No Dia da Visibilidade Trans, secretária Symmy Larrat ressalta a importância da inserção de pessoas trans no mercado de trabalho

Integrante do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania participou de bate-papo sobre o tema nesta segunda (29), em Brasília (DF)

29/01/2024 17:37
No Dia da Visibilidade Trans, secretária Symmy Larrat ressalta a importância da inserção de pessoas trans no mercado de trabalho
Foto: Clarice Castro - Ascom/MDHC


A secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, esteve entre as participantes do bate-papo sobre a inserção de pessoas trans e travestis no mercado de trabalho, nesta segunda-feira (29/01), Dia da Visibilidade Trans. Convidada pelo Ministério do Turismo (MTur), a integrante do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) debateu a importância do trabalho digno e geração de renda, além de destacar ações que estão sendo implementadas pelo MDHC. A atividade aconteceu no âmbito da campanha do MDHC alusiva aos 20 anos da visibilidade trans.

No encontro, Symmy Larrat chamou atenção para o comprometimento com a superação das mazelas construídas enquanto sociedade. “A gente quer falar de trabalho digno para todas nós. Estamos construindo, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), um Plano de Trabalho Digno e Geração de Emprego e Renda. Também temos entre os parceiros o Ministério do Trabalho e Renda (MTE), o Programa Conjunto da Nações Unidas (Unaids), outros ministérios e organismos internacionais”, anunciou.

“Esse Plano resulta em uma ação concreta, que é o Programa de Trabalho Digno e Geração de Renda, que nós vamos testar, na sua completude, em três municípios. E tem diversas ações que serão conectadas com outras cidades e outros estados e têm como intenção promover essa questão. Nós também vamos aproveitar experiências exitosas para conectar a esse programa”, disse a secretária.

Para a integrante do MDHC, é preciso construir uma outra história, na qual caibam todas as existências, todas as cores e todas as formas de ser e amar. “São importantes momentos como esse porque a gente vai construindo um novo letramento sobre que paradigma de sociedade a gente quer. Uma sociedade que seja inclusiva, respeitosa, não uma sociedade pasteurizada, que a gente tem que concordar com tudo, mas respeitar as relações. Promover uma relação cordial, humana, entre nós, é disputar não somente a sociedade, é disputar a nossa humanidade. Não é pouca coisa a gente estar aqui hoje debatendo sobre isso", completou.

Ainda no que se refere à inclusão e ao respeito, Symmy ressaltou que é preciso preparar o território e os espaços, fortalecer a rede protetiva, lembrar das leis em vigor, estabelecer e valorizar formas de denunciar as violações de direitos. “O turismo tem essa responsabilidade se a gente quiser receber bem, se a gente quiser mudar o paradigma de humanidade e sociedade que a gente tem. Então, se a gente trouxer essas pessoas, a gente consegue mudar", pontuou.

Internacional

Oficial de Igualdade e Direitos do Programa Conjunto das Nações Unidas (Unaids/ONU), Ariadne Ribeiro foi a outra convidada do bate-papo. Na ocasião, a gestora demonstrou dados de pesquisa realizada com empresas que mostram as disparidades e controvérsias entre os programas de equidade empresariais.

“A ONU tem Empresa Amiga da Diversidade, tem vários marcos, tratados. Quando a gente fala de diversidade e inclusão, algumas empresas querem ter um selinho da ONU para dizer que estão indo de acordo com as normas internacionais. No entanto, quando a gente pega essas mesmas empresas, e faz uma pesquisa, e tenta enxergar qual o tipo de diversidade e inclusão que elas estão fazendo, os números são controversos", conta.

"55% das pessoas respondentes afirmam que suas respectivas empresas estão muito preocupadas com a inclusão, mais da metade delas. Mas quando perguntamos o seu quadro de inclusão de LGBTQIA+, temos respostas como 'a gente já conseguiu 26% do nosso quadro total de funcionários da diversidade'. Quando vamos ver esses funcionários, só gays brancos. Não tem trans, não tem recorte racial, não contempla a diversidade do país", observou.

Mulher trans, Ariadne também chamou atenção para a forma de tratamento. "É tão bom chegar, ser recebida por vocês, e ninguém errar o pronome. 'Você' é neutro, se você está inseguro em usar qualquer pronome, use 'você', nosso português é rico. Agora, se a pessoa está te demonstrando, na aparência dela, uma aparência feminina, não vai chamá-la de masculina", enfatizou.

Participação social

Entre as participantes da sociedade civil, estiveram as mulheres trans Luana Maria da Luz Barbosa, diretora-executiva da organização Pajubá Tech, de Recife (PE); e a ativista social Emilly Martinelly, moradora de Valparaíso de Goiás (GO).

Leia também: Campanha pelos 20 anos da visibilidade trans começa nesta segunda-feira (29)

Por: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC)


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