Ministra da Cultura participa da 32ª Feira Internacional do Livro de Havana

“Ler é um ato revolucionário! Por meio da leitura, dos livros e da literatura podemos ter contato com o mundo, o nosso e o dos outros. As bibliotecas, também em sua diversidade, representam nosso patrimônio cultural e são valiosos mecanismos para a garantia de acesso aos livros, ao exercício da leitura e nutridoras da escrita”, afirmou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, nesta quinta-feira (15), durante a abertura da 32ª Feira Internacional do Livro de Havana (FILH 2024), na Fortaleza San Carlos de la Cabaña. A solenidade contou com a presença do presidente da Biblioteca Nacional de Cuba José Martí (BNCJM), Omar Valiño Cedré. Pela segunda vez, o Brasil é o país homenageado do evento.

A ministra completou: “As feiras internacionais do livro conectam também culturas, línguas, e simbologias diferentes em um movimento comum: o da celebração da leitura e da escrita como ferramentas de emancipação. Nós, do Ministério da Cultura, temos procurado incluir a literatura negra, indígena, das favelas, dos quilombos, dos terreiros, das aldeias, das cidades, da roça: uma literatura que celebra nosso legado, aqueles e aquelas que vieram antes; mas fincada em nosso tempo, em nossa contemporaneidade”.

Na sequência, a chefe da Cultura e o presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel, acompanhados de uma delegação de escritores brasileiros, inauguraram o Pavilhão do Brasil no evento.

A agenda do MinC no país, realizada em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), teve início na quarta-feira (14) e se estende até o dia 18. O objetivo é potencializar as ações conjuntas de cooperação e intercâmbio na área cultural entre os dois países.

“Somos países irmãos, compartilhamos muitas confluências. Somos países que também possuem um imenso patrimônio cultural, material e imaterial em todo o nosso território criativo. A potência desse nosso encontro materializa essa grande oportunidade de religação e fortalecimento de trocas e conexões tendo como elo de ligação a cultura, pois estamos ativamente retomando e fortalecendo nossas políticas culturais no campo internacional”, assegurou Margareth Menezes.

A comitiva brasileira inclui ainda com o secretário de Formação, Livro e Leitura, Fabiano Piúba; e o presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Marco Lucchesi. A Pasta leva, também, uma delegação composta por 15 escritores (as) brasileiros (as) escolhidos (as) por meio da curadoria tripartite composta por integrantes do Ministério, da FBN e do Instituto Guimarães Rosa (IGR), unidade vinculada ao MRE. São eles: Ailton Krenak, Conceição Evaristo, Eliana Alves Cruz, Elisa Lucinda, Emicida, Frei Betto, Jarid Arraes, Jeferson Tenório, Marcelo D' Salete, Márcia Kambeba, Cidinha da Silva, Graça Graúna, Otávio Júnior, Socorro Acioli e Patricia Melo.

Também participam da FILH 2024 os quadrinistas Ana Luiza de Souza Freitas, Gidalti Oliveira Moura Júnior, Alcimar Mendes Frazão, João Carlos Pires Pinheiro, Sirlene Francisco Barbosa e a curadora da Bienal de Quadrinhos de Curitiba, Luciana Falcon Anselmi.

Memorando

Também nesta quinta, a ministra Margareth Menezes participou da cerimônia de hasteamento das bandeiras de Brasil e de Cuba, ao lado do ministro da Cultura de Cuba, Alpidio Alonso Grau, e do embaixador do Brasil em Cuba, Christian Vargas.

Depois, os chefes da Cultura de Cuba e do Brasil assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) entre os ministérios dos dois países. O documento visa a realização  de ações conjuntas de cooperação e intercâmbio na área cultural.

Na reunião, eles dialogaram sobre temas como áreas de colaboração, os valores autênticos das culturas dos dois países, a possiblidade de realização de coproduções cinematográficas e o fortalecimento do vínculo entre as bibliotecas nacionais de Brasil e Cuba.

Presente na Feira, a Biblioteca Nacional trouxe uma série de livros para a Biblioteca Nacional de Cuba e lança no evento o número 41 da revista “Poesia”, dedicada à poesia cubana.

Integram ainda a comitiva o secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do MRE, embaixador Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto; e o diretor do IGR, ministro Marco Nakata.

A agenda da ministra inclui reuniões bilaterais com autoridades cubanas e visitas a equipamentos culturais.

Encontro

Na quarta-feira (14), ao desembarcar no país, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, foi recebida pela vice-ministra da Cultura de Cuba, Lizette Luzardo, e pelo embaixador Christian Vargas.

“O presidente Lula tem no seu coração, no seu pensamento, essa retomada de relações internacionais, e tem um amor especial por Cuba. Conseguimos unir forças, ações do MRE, da equipe do MinC, da Secretaria de Formação, Livro e Leitura para estar aqui e para que essa feira possa ser um grande acontecimento. Pela parte do Brasil fizemos o nosso melhor possível porque queremos ser honrados por esse convite de Cuba”, comentou Margareth Menezes.

A vice-ministra da Cultura de Cuba destacou a relação entre os dois países e o apreço pela literatura brasileira. “A Feira do Livro é o evento mais importante que nós temos em Cuba. Vamos fazer essa Feira juntos. Tem a ver com os laços de verdade entre os povos. Temos muita admiração, sobretudo pelos escritores, pela literatura brasileira. E vai ser uma grande oportunidade, também, para o povo cubano desfrutar disso”, disse Lizette Luzardo.

Intercâmbio

Com o tema “Ler É Construir Identidade”, a FILH 2024 se firma como espaço de intercâmbio cultural, colocando a literatura como principal ferramenta para a troca de conhecimento entre Cuba e Brasil.

A Feira que começou nesta quinta, na capital cubana, e vai até 25 de fevereiro, traz ambientes associados à literatura e ao saber, como o Salão Profissional do Livro, no qual será realizada a Oficina Nacional do Livreiro, e o Encontro de Editores e Tradutores Literários.

Escritores, tradutores e profissionais do segmento terão ainda a chance de promover, comercializar, negociar e interagir com o público leitor e os empresários do ramo.

Por: Ministério da Cultura