Habitação

Habitação social: famílias contam com o MCMV Entidades para obter moradia digna no centro do Rio

Previsão é que imóvel seja regularizado neste primeiro semestre, beneficiando 128 pessoas  Dignidade

16/02/2024 10:45
Habitação social: famílias contam com o MCMV Entidades para obter moradia digna no centro do Rio
Foto: Divulgação

 

Dignidade. Moral que infunde respeito. Gera consciência do próprio valor. Expressa nobreza. E pode ser traduzida em duas palavras: casa própria. Sonho de boa parte dos brasileiros, a CAIXA é o principal parceiro do Governo Federal na execução Minha Casa Minha Vida (MCMV).

O programa, que tira do sonho e traz para a realidade a dignidade de uma moradia própria, é dividido em várias faixas e modalidades, com o Entidades. Ele possibilita financiamento subsidiado a famílias organizadas por meio de associações privadas sem fins lucrativos para produção de unidades habitacionais urbanas. Os recursos são provenientes do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), que é administrado pela CAIXA.

Para amenizar o déficit habitacional no Brasil, uma das metas do MCMV é ampliar empreendimentos de retrofit, que consiste na revitalização de prédios antigos, localizados muitas vezes nos centros de grandes cidades, para transformá-los em moradia.

A ocupação Manuel Congo é uma que se encaixa no MCMV Entidades. Nome em homenagem ao líder da maior revolta de escravos ocorrida no Vale da Paraíba, em 1839, o edifício é localizado no coração da cidade, conta com o apoio do Programa e tem a liderança do Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM). Em 2014, foi estabelecida a reforma do edifício de 10 andares, transformando-o de comercial em habitacional.

Carmem Valeria Alves, 59 anos, mora com o esposo e com o pai no terceiro andar da ocupação Manuel Congo. Chegou em 2007 e viu a vida mudar. “Antes eu morava em barraco e não tinha nada. É outra vida estar perto de tudo. Hoje estou fazendo faculdade aqui do lado. Estudo história. Aqui, fico mais longe da violência, minha família tem mais facilidade para trabalhar, estudar”, conta.

“Acho bom esse projeto porque não é só a casa em si, mas tem também dignidade. Tem tanto lugar ocioso que poderia reverter em moradia e dar oportunidade para outras pessoas”, complementa.

Verso, prosa, café, emprego e renda

Para empregar as famílias e manter custos básicos do edifício, os moradores criaram o restaurante “Tuia Café Cultural”, que funciona no local desde 2021. Lurdinha Lopes, uma das lideranças do MNLM, destaca que é preciso possibilitar mais do que moradia para os beneficiários.

“Não existe consolidação das famílias assentadas sem a preocupação com a mobilidade e com o trabalho. Em todos os nossos pleitos colocamos como pontos importantes a localização, a geração de trabalho e de renda”, explica.

Atualmente o espaço tem capacidade para servir 60 refeições por dia. “Hoje, 10 famílias tiram o sustento do restaurante. Nossa expectativa é ocupar mais dois espaços, abrir debate para alimentação saudável e empregar pelo menos 60% das famílias”, diz Lurdinha.

O presidente da CAIXA, Carlos Vieira, visitou o local. Conversou com os moradores e falou sobre a importância do MCMV Entidades. “É uma oportunidade para alavancar a habitação social com a vantagem de aproveitar a infraestrutura já existente nos grandes centros”, explica Vieira. “Encontramos uma maneira sustentável de dar direcionamento para edifícios que estão desocupados, transformando a vida de pessoas que não tinham uma moradia digna”, completa.

Entrega final

As obras, no valor de R$ 3,8 milhões, foram financiadas pelo FDS. Cada unidade habitacional custou cerca de R$ 91 mil. O edifício foi dividido em 42 apartamentos, sendo 20 de um quarto e 22 de dois quartos, além de sala, cozinha e banheiro, contando também com uma área comum.

A previsão é que as intervenções finais e legalização sejam concluídas nos próximos meses, beneficiando 128 pessoas.

Saiba mais

O MCMV Entidades apoia a produção social de moradia e a participação da população na solução de problemas habitacionais, estimulando a organização popular e a produção habitacional por autogestão.

O público-alvo é composto por famílias com renda bruta familiar mensal de até R$ 2.640 organizadas sob a forma associativa. Outras informações mais sobre o Programa na página do Ministério das Cidades .

Por: Caixa Econômica Federal

Link: https://caixanoticias.caixa.gov.br/noticia/37407/habitacao-social-familias-da-ocupacao-manuel-congo-contam-com-o-mcmv-entidades-para-obter-moradia-digna-no-centro-do-rio
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