Ministro condena reação desproporcional em Gaza e diz que enquanto crianças e mulheres palestinas não estiverem em segurança, ninguém estará
Em seu discurso, Silvio Almeida fez duras críticas ao atual imobilismo da comunidade internacional para tratar do assunto, citou dados relacionados a guerra, e desejou que os reféns sejam soltos o quanto antes
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, voltou a condenar a escalada da violência na Faixa de Gaza que tem resultado em milhares de mortes de civis, ao participar, nesta-segunda-feira (26), do evento “Situação dos Direitos Humanos nos Territórios Palestinianos Ocupados", durante a 55ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça.
Durante discurso, o ministro disse não haver dúvidas de que os ataques perpetrados pelo Hamas e a manutenção de civis como reféns devem ser inequivocamente condenados por toda comunidade internacional. Segundo ele, no entanto, a cada dia que passa "resta claro que a reação de Israel ao ataque sofrido é desproporcional e não tem como alvo somente aqueles responsáveis pelos ataques, mas todo o povo palestino".
"Tal atitude é absolutamente contrária aos princípios mais básicos do Direito Internacional Humanitário. A atual situação humanitária em Gaza é intolerável, insustentável, seja do ponto de vista jurídico, seja do ponto de vista ético. Podemos estar testemunhando o crime de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade; e uma investigação é imprescindível", acrescentou.
Diante dos presentes no evento, Almeida fez duras críticas ao que classificou como "imobilismo da comunidade internacional" para tratar do assunto, citou dados relacionados à guerra, e desejou que os reféns sejam soltos o quanto antes. “Que tenhamos a coragem e a dignidade de defender aqueles já não têm mais como se proteger, se abrigar, zelar por sua família, projetar um futuro. As ações israelenses, em Gaza, já mataram cerca de 30 mil civis, dentre os quais mais de 12 mil crianças, e provocou o deslocamento de mais de 1,9 milhão de pessoas, o que representa cerca de 85% da população. Esperamos que todos os reféns restantes sejam libertados o mais rápido possível”, enfatizou o ministro.
Ao encerrar o pronunciamento, Silvio Almeida disse que o Brasil está pronto para apoiar esforços que visem à retomada de negociações concretas de paz e se se solidarizou com as mulheres e crianças palestinas. “Enquanto crianças e mulheres palestinas não estiverem em segurança, nenhuma criança ou mulher, em qualquer parte do mundo, estará”, afirmou o titular do ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC).
Ainda nesta segunda-feira, o chefe da delegação brasileira participou de encontro bilateral com o vice-ministro de Relações Exteriores da Noruega, Andreas Kravik.
Mais cedo, o ministro disse que a criação de um Estado Palestino livre e soberano, que conviva com o Estado de Israel, é uma condição imprescindível para a paz. Segundo ele, é dever do conselho prestigiar a autodeterminação dos povos, a busca da solução pacífica dos conflitos e se opor de forma veemente a toda forma de neocolonialismo e de Apartheid.
O evento – que reúne chefes de Estado, de Governo, ministros e vice-ministros das Nações que compõem o Comitê de Direitos Humanos - segue até esta quarta-feira (28).
Por: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC)
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