Trabalho e emprego

Ministério do Trabalho encontra imigrantes venezuelanos em situação irregular de trabalho

Todos trabalhavam em um restaurante do São Paulo de 12 a 15 horas por dia, recebendo salário mínimo e com uma folga a cada 15 dias

08/02/2024 11:05
Ministério do Trabalho encontra imigrantes venezuelanos em situação irregular de trabalho
Foto: Divulgação

 

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Auditoria Fiscal do Trabalho, identificou situação de violação de direitos humanos contra seis venezuelanos em um restaurante, em São Paulo, a partir de uma denúncia anônima. A Força Tarefa para averiguar o caso contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com o auditor-fiscal do Trabalho Ubiratan Vieira, chefe da Seint Regional de Sorocaba e no encargo de gerente regional em exercício, os venezuelanos trabalhavam sem registro e informaram que cumpriam jornada diária de 12 a 15 horas, recebendo um salário mínimo e com uma folga somente a cada 15 dias.

Os seis imigrantes venezuelanos foram ouvidos na Agência Regional do Trabalho em Itapetininga (SP). Conforme os relatos, eles foram convidados a trabalharem no local por um conterrâneo que mora há 13 anos no Brasil, destes, 8 anos em Itapetininga. Após começarem a trabalhar, o dono do estabelecimento descontou o primeiro salário, valor acima de R$ 3,4 mil, para pagar a passagem de avião, o que já se caracteriza como trabalho análogo à escravidão na modalidade de condições degradantes, segundo Ubiratan Vieira.

Os trabalhadores venezuelanos encontrados em situação análoga à escravidão terão suas situações regularizadas, como carteira assinada e o recebimento de todos os benefícios previstos na legislação brasileira.

Além disso, nos termos da PORTARIA Nº 87, de 23 de março de 2020, do Ministério da Justiça, e da Lei nº 13.445, de 24 de maio de 2017, o trabalhador identificado como vítima de trabalho escravo ou tráfico de pessoas pela inspeção do trabalho tem um fluxo de atendimento próprio e direito à regularização migratória.

O empresário de Itapetininga (SP), investigado por exploração trabalhista e tráfico de pessoas, assinou um acordo com o MPT,  no dia 31 de janeiro, segundo o qual, o empresário pagará R$ 150 mil em verbas rescisórias, devolverá os valores da passagem e ainda pagará indenização por danos morais.

Denúncias de irregularidades trabalhistas e de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas pelo sistema IPE de Trabalho Escravo e por meio do Canal de Denúncias da Inspeção, no site do ministério: https://denuncia.sit.trabalho.gov.br/home .

Por: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
Edição: Yara Aquino

Link: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/noticias-e-conteudo/2024/Fevereiro/mte-encontra-seis-imigrantes-venezuelanos-em-situacao-irregular-de-trabalho-em-sao-paulo
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