Participação social e foco nas políticas territoriais marcam debates sobre cuidados entre países da América Latina e do Caribe
Sediado em Belém, Seminário Internacional: “Experiências de construção e territorialização de políticas e sistemas de cuidados na América Latina e no Caribe”, reuniu durante três dias, 250 representantes de governos, organizações da sociedade civil, academia e setor privado para tratar do tema
O Seminário Internacional: “Experiências de construção e territorialização de políticas e sistemas de cuidados na América Latina e no Caribe” chegou ao fim nesta quinta-feira (29.02). Foram três dias de intercâmbio de experiências entre governos nacionais e locais de países da América Latina e do Caribe. Sediado em Belém, o evento foi encerrado com a mensagem de respeito, dignidade, humanidade e responsabilidade.
"A região da América Latina e do Caribe é pioneira em colocar as questões de cuidado na agenda pública. Aspiramos a uma sociedade do cuidado baseada nos princípios de igualdade, universalidade e promoção da corresponsabilidade social e de gênero", destacou María-Noel Vaeza, diretora regional da ONU Mulheres para as Américas e o Caribe.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) apoiou a realização do Seminário Internacional, cujo objetivo foi identificar e compartilhar boas práticas, além de promover a escuta ativa e o diálogo sobre o tema.
O cuidado é um direito e uma necessidade de todas as pessoas. É também um trabalho que consome muitas horas diárias de milhões de mulheres no Brasil, principalmente as negras, pobres, indígenas e as que vivem na zona rural"
Laís Abramo, secretária nacional de Cuidados e Família do MDS
Titular da Secretaria Nacional de Cuidados e Família do MDS, iniciativa inédita do Governo Federal e responsável pela elaboração da Política Nacional de Cuidados, Laís Abramo explicou que este é um debate crucial, porque afeta diretamente a vida de todas as pessoas, especialmente a das mulheres.
"Belém é a cidade pioneira no Brasil na construção e no avanço de uma política municipal de cuidados. O cuidado é um direito e uma necessidade de todas as pessoas. É também um trabalho que consome muitas horas diárias de milhões de mulheres no Brasil, principalmente as negras, pobres, indígenas e as que vivem na zona rural", ressaltou a secretária.
O seminário reuniu 250 pessoas de governos, sociedade civil organizada, academia e setor privado. Além do Brasil, o encontro contou com representantes de cerca de dez países latino-americanos e caribenhos, além de membros de organizações com atuação em diferentes países, como a ONU Mulheres para as Américas e o Caribe, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o Instituto Procomum, entre outros.
Para Laís Abramo, o evento foi um momento importante de troca de experiências com foco nos territórios. "Nós, que somos os encarregados de coordenar a construção da Política Nacional de Cuidados, temos muito a aprender com as experiências locais, porque é no território onde as pessoas vivem e as políticas acontecem".
Em um dos painéis, Viviane Piñero, especialista regional em cuidados e proteção social da ONU Mulheres, apresentou o mapeamento de boas práticas no desenvolvimento e promoção de políticas de cuidados. "A ONU Mulheres está trabalhando em um capítulo sobre metodologia de diagnósticos para a geração de informações, para definir a linha base que nos permitirá construir uma proposta de política pública para um sistema de atenção”.
Segundo ela, o sistema será baseado na estimativa de custos, no cálculo de seu impacto econômico, em mapas de atenção, em padrões e indicadores para avaliação da qualidade e em planos locais de atenção.
GTI
Além do seminário internacional, Belém também sediou a 10ª reunião do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) responsável por elaborar a Política Nacional de Cuidados. Na oportunidade, foram apresentados os resultados das estratégias de participação social, com as informações coletadas nos últimos meses. Também foram promovidas duas rodas de escuta e diálogos na Ilha de Cotijuba, para entender as demandas das populações e das mulheres que vivem no local.
“O grupo de trabalho é governamental, mas vem desenvolvendo o processo de participação social há meses", pontuou a secretária Laís Abramo. "Até o final de maio, nos comprometemos a entregar a proposta da Política Nacional de Cuidados. No segundo semestre, está previsto um grande seminário para reunir todos que contribuíram durante o processo", concluiu.
Por: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS)
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