Lula se reúne com presidente da Guiana, Irfaan Ali
No encontro, os dois líderes conversaram sobre as relações comerciais entre os países e a possibilidade de maior integração logística e de infraestrutura na região
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu-se com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, nesta quinta-feira, 29 de fevereiro, para estreitar a integração e a relação comercial entre os países. O compromisso ocorreu logo após a 46ª Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (CARICOM).
Queremos muito contribuir para que a Guiana possa transformar esse momento econômico excepcional em um maior desenvolvimento social e humano"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
No início do encontro, o presidente guianense prestou uma homenagem a Lula ao nomear de "Sala Lula" o local onde a reunião aconteceu, no Centro de Conferências Arthur Chung, em Georgetown. "Seu sorriso e sua luminosidade são o que queremos para o futuro da Guiana", disse Ali ao mostrar a foto oficial do terceiro mandato do presidente brasileiro pendurada na parede. "Mais bonita que o meu gabinete", agradeceu Lula.
O presidente do Brasil destacou que o governo brasileiro está interessado em desenvolver com a Guiana temas como a integração logística, a segurança alimentar, as energias, o combate ao crime transnacional, e a paz na região. “Estamos dispostos a discutir com a Guiana o financiamento ao desenvolvimento das infraestruturas que irão integrar os nossos países”, afirmou.
Lula sugeriu que Ali visitasse o Brasil com uma comitiva de empresários, para mostrar aos investidores brasileiros como a Guiana é um local atrativo economicamente. "Queremos muito contribuir para que a Guiana possa transformar esse momento econômico excepcional em um maior desenvolvimento social e humano", frisou, ao mencionar que quer participar da construção de portos, estradas e vias aéreas que liguem o Caribe à região norte do Brasil.
O setor petrolífero está em pleno desenvolvimento na Guiana, após a descoberta de expressivas jazidas no país, e o presidente Ali expressou expectativa de que a Petrobras se envolva mais na exploração. O presidente brasileiro afirmou, em resposta, que vai tratar com a empresa, sobre possibilidades de parceria com a Guiana. “Lembrando que a Petrobras hoje não é só uma empresa de petróleo e gás, mas de energia de uma forma mais ampla, com uma dimensão importante na produção de energias renováveis”, pontuou Lula.
Por fim, o líder brasileiro destacou a participação prevista de Irfaan Ali na 8ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da CELAC, a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em São Vicente e Granadinas, “para que a gente mantenha nosso continente e nossa região como uma zona de paz”.
ENGAJAMENTO HISTÓRICO – O presidente da Guiana agradeceu Lula, durante a reunião, pelo engajamento histórico do presidente brasileiro com a região, pela liderança e pela defesa da paz e da prosperidade dos países em desenvolvimento.
Ali destacou o crescimento da Guiana, lembrando que o país já foi o segundo país mais pobre do hemisfério ocidental e um dos mais endividados do mundo. Porém, após iniciar a exploração de petróleo e gás, a economia guianense teve crescimento recorde, de quase 400%, entre 2021 e 2023 (de US$ 8 bilhões para mais de US$ 40 bilhões). A visita consolida uma relação comercial cada vez mais ampla.
"Vi a inauguração da primeira ponte entre Brasil e Guiana, entre Bonfim Lethem, no seu governo, e foi um momento histórico para a nossa relação. Lembro de tudo que planejávamos fazer para a integração logística dos nossos países. E é uma alegria muito grande ver que podemos realizar grande parte desses projetos hoje, com recursos próprios e com acesso a financiamento", disse Irfaan Ali.
O presidente guianense afirmou que está focado em utilizar as riquezas do país para investir no desenvolvimento social e humano, além da infraestrutura para o desenvolvimento da região. Disse também que a Guiana dará total prioridade à integração física e logística com o Brasil. "Vemos o Brasil como parte integral da nossa economia.
Por: Planalto
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