Chanceleres do G20 concordam com reformas de organismos internacionais, afirma ministro das Relações Exteriores
A reunião realizada no Rio de Janeiro foi a primeira ministerial da Presidência brasileira do G20 e contou com a participação de 45 delegações, entre países membros, países convidados e Organizações Internacionais
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que todos os chanceleres presentes na primeira Reunião de Ministros de Relações Exteriores do G20, realizada nesta quarta-feira e quinta-feira (21 e 22/02), no Rio de Janeiro, concordaram com as reformas da govenança global. O tema foi discutido na manhã desta quinta-feira. "Todos concordaram quanto ao fato de que as principais instituições multilaterais – ONU, Organização Mundial do Comércio, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, entre outras – precisam de reforma para se adaptarem aos desafios do mundo atual", disse o ministro em declaração à imprensa logo após o fim do encontro.
Sobre a ONU, segundo ele, houve consenso quanto a importância essencial da organização para a paz e a segurança e para a promoção do desenvolvimento sustentável. Os chanceleres mencionaram a necessidade de dar impulso às discussões sobre reforma da organização, em especial do seu Conselho de Segurança, com a inclusão de novos membros permanentes e não permanentes, sobretudo da América Latina e Caribe e da África. "As diferentes propostas existentes nesse sentido precisam ser efetivamente debatidas, e pretendemos impulsionar esse processo", ressaltou.
Em relação aos bancos multilaterais de desenvolvimento e ao FMI, o ministro disse que também houve grande convergência sobre a necessidade de facilitar acesso a financiamentos aos países mais pobres, assim como sobre a urgência de se aumentar a representatividade do mundo em desenvolvimento em sua governança. A centralidade da Organização Mundial do Comércio e a urgência do reestabelecimento do seu sistema de solução de controvérsias também foi mencionada em diversos discursos, declarou Vieira.
A reunião realizada no Rio de Janeiro foi a primeira ministerial da Presidência brasileira do G20 e contou com a participação de 45 delegações, entre países membros, países convidados e Organizações Internacionais, sendo 32 delegações chefiadas em nível ministerial.
Na tarde da quarta-feira, o tema da reunião foi as“tensões geopolíticas atuais”, os países membros. De acordo com o chanceler brasileiro, vários países reiteraram a condenação da guerra na Ucrânia, como tem acontecido desde 2022 após o início do conflito. Grande número de países, de todas as regiões, também expressou a preocupação com o conflito na Palestina, destacando o risco de alastramento aos países vizinhos. As autoridades também pediram a imediata libertação dos reféns em poder do Hamas.
"Foi conferido especial destaque ao deslocamento forçado de mais de 1 milhão e 100 mil palestinos para o sul da Faixa de Gaza. Nesse contexto, houve diversos pedidos em favor da liberação imediata do acesso para ajuda humanitária na Palestina, bem como apelos pela cessação das hostilidades. Muitos se posicionaram contrariamente à anunciada operação de Israel em Rafah, pedindo que o governo de Israel reconsidere e suspenda imediatamente essa decisão", frisou o ministro.
Também houve unanimidade quanto ao apoio às prioridades estabelecidas pelo Brasil para a presidência do G20, especialmente quanto às ações concretas de combate à desigualdade e à fome.
Por: Agência Gov, com informações do Ministério das Relações Exteriores (MRE)
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