Arqueiros do Brasil conquistam seis medalhas de ouro no mundial militar em Bangladesh

Nesta semana o Brasil dominou o 3º Campeonato Mundial Militar de Tiro com Arco, em Dhaka, em Bangladesh. Foram ao todo oito disputas, com atletas nacionais participando de sete, chegando a seis finais, em que conquistaram o primeiro lugar em todas. Participaram da competição 11 esportistas militares. O mundial encerrou-se nesta quinta-feira (28/2).

A arqueira paralímpica Tércia Ferreira Figueiredo, que é tenente do Exército e beneficiária do Programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte na categoria Internacional, explicou que a medalha de ouro no individual é parte de um processo muito maior de conquistas.

“É uma honra fazer parte desse momento histórico das Forças Armadas, da inclusão do militar com deficiência. Não imaginava que fosse possível voltar para a tropa, vestir a farda novamente e, ainda, competir no exterior”, afirmou Tércia, que ingressou nas Forças Armadas em 2009, mas em 2011, quando era instrutora de Orientação, sofreu um acidente em que lesionou um nervo, comprometendo os movimentos da perna esquerda.

Com a persistência de quem sempre praticou esportes, em especial vela, triathlon e corrida, ela conseguiu restabelecer sua qualidade de vida e a prática esportiva no tiro com arco.

O Brasil foi o único representante do continente americano na competição, que reuniu 12 países: França, Alemanha, Irã, Paquistão, Coreia do Sul, Romênia, Rússia, Eslovênia, Sri Lanka, Belarus, além dos anfitriões.

Marcus Vinicius segue brilhando

A maior estrela do Brasil, número um no ranking mundial e eleito Atleta do Ano de 2023 pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), também voltou para casa com três medalhas douradas no peito. Marcus D’Almeida, que recebe o Bolsa Atleta na categoria Pódio, realizou uma prova irretocável, acertando todas as flechas no alvo 10, que representa dificuldade máxima.

“Estou muito feliz com a vitória. Era a última oportunidade de me tornar campeão mundial militar, pois me despedirei da Força Aérea. Agradeço o apoio de todos que acreditaram em mim”, destacou Marcus, que, além do individual, venceu na categoria dupla atleta e paratleta com Thiago Pinheiro da Silva, e na dupla mista com Ana Luíza Sliachticas Caetano.

De 2023 até aqui, ele subiu no pódio em todas as competições que disputou.

Para os brasileiros, o mundial militar serviu de preparação para a intensa agenda de competições do ano olímpico e paralímpico.

Além do Bolsa Atleta, os brasileiros integram o Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento (Paar), das Forças Armadas, e o paradesporto militar.

O Paar é realizado pela Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB), que, desde 2008, agrega atletas brasileiros que se destacam no cenário nacional e internacional para proporcionar melhores condições e a dedicação total aos treinos. Atualmente conta com 542 esportistas de 30 modalidades. Em outubro de 2023, a CDMB institucionalizou o paradesporto militar nas Forças Armadas, que já trabalha com 120 atletas.

Também representaram o Brasil os arqueiros Gustavo Paulino dos Santos, Ana Clara Dias de Carvalho Machado (Bolsa Atleta Internacional) e Julia Figueiredo Bellini (Bolsa Atleta Nacional).

Confira as medalhas do Brasil:

• Masculino Individual: Marcus Vinícius D’Almeida (Bolsa Atleta Pódio)

• Feminino Individual: Ana Luíza Sliachticas Caetano (Bolsa Atleta Internacional)

• Denilson Souza Rodrigues

• Feminino Individual paratleta: Tércia Ferreira Figueiredo (Bolsa Atleta Internacional).

• Dupla Atleta e Paratleta: Marcus Vinícius D’Almeida (Pódio) e Thiago Pinheiro da Silva (Bolsa Atleta Internacional)

• Dupla Mista: Marcus Vinícius D’Almeida (Pódio) e Ana Luíza Sliachticas Caetano.

Por: Ministério do Esporte