Cultura digital e ancestralidade são tema de mesa com ministra Margareth Menezes
Encontro ocorreu no penúltimo dia da 4ª CNC, em Brasília
“Antes mundo era pequeno porque Terra era grande; Hoje mundo é muito grande porque Terra é pequena, do tamanho da antena”. Com versos de Parabolicamará, de Gilberto Gil, a ministra da Cultura, Margareth Menezes deu início à sua participação na Roda de Conversa Ancestralidade na Cultura Digital Brasileira: do princípio ao porvir, parte da programação da 4ª Conferência Nacional de Cultura (4ª CNC), realizada na noite desta quinta-feira (7/3) – penúltimo dia do evento.
A chefe da Pasta destacou que na gestão de Gil à frente do MinC, o país avançou em ações e programas de inclusão digital, necessidade que ainda se faz presente nos dias de hoje. “Porque o futuro que nós queremos é um futuro com participação”. E completou: “É na cultura popular, é na nossa ancestralidade que está no registro, identidade do ser humano num país do tamanho do Brasil”.
Para a ministra, juntar conhecimento ancestral e tecnologia é o caminho para multiplicar conhecimento e consolidar a identidade nacional. “Um povo que não reconhece seu DNA, se torna um povo colonializado e nós não queremos mais ser colonializados por ninguém, no precisamos”, pontuou.
Mãe Beth de Oxum, ialorixá, cuidadora, comunicadora, cantora, percussionista, educadora, mestra da cultura popular, foi outra das participantes da Roda. Ela trouxe em sua fala a importância do respeito às instituições e a necessidade de combate à intolerância religiosa, que se dissemina muito rapidamente pelos meios digitais. “A gente precisa se conectar com a nossa espiritualidade, porque se a gente não se olhar, a gente não se conecta”.
A metre Laurene Ataide, representante da população ribeirinha no debate, apontou a necessidade de acesso digital nas comunidades mais afastadas – criando elo social, político e cultural, pra além de qualquer barreira física. ““Não dá para as capitais ficarem com tudo. Precisamos que vá lá na base, nos ribeirinhos”, afirmou.
Já Beá Tibiriça, fundadora do Coletivo Digital, destacou que a ancestralidade é uma construção coletiva. “A cultura digital não veio pra competir ou dividir. Ela veio somar, comunicar e fazer a ciranda se multiplicar.”
Sementes
Mestre TC pediu atenção à dinâmica dos jovens nesse processo de “digitalização” da vida. “Cuidar da terra, da semente, da vida e das crianças. Ela são a vida, e cultura é vida.”
Realização
A 4ª CNC é realizada pelo MinC e pelo Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), e correalizada pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI). Além disso, conta com apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil).
O Festival da Cultura, que também integra a programação, é apresentado e patrocinado pelo Banco do Brasil, com realização do MinC e do CNPC, correalização da OEI e apoio da Flacso Brasil.
Por: Ministério da Cultura (MinC)
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