Conferência de Cultura debate expressões identitárias e artísticas do segmento LGBTQIA+
Apresentação das drag queens Nágila GoldStar e Organzza, no início da trade desta quinta (7) marcou um dos principais pontos discussão do tema
“A arte transformista é cultura viva”. A afirmação é do professor da Escola de Belas Artes de Minas Gerais, Sandro Ka. Convidado da 4ª Conferência Nacional de Cultura (4ª CNC), ele era um dos expectadores do Palco Diversidade, no início da tarde desta quinta-feira (07/03), durante a apresentação das drags queens Nágila GoldStar e Organzza.
Há pouco mais de dez anos, Sandro acompanha o movimento cultura com interesse especial nas manifestações LGBTQIA+. “As questões de gêneros, de lugares, de pertencimento, existe sempre uma luta para colocar isso como uma expressão identitária genuína de um segmento cultural da nossa população, que é o segmento LGBTQIA+. É uma luta constante para que a Cultura LGBTQIA+ seja colocada nas discussões”, avalia.
“Drag é arte, não é gênero. É para todas as pessoas que quiserem fazer. Eu como mulher cis sapatão, estou aqui fazendo drag. Todas mulheres que quiserem, se sentirem à vontade, essa arte é nossa também”, afirmou Nágila, que em um dos momentos mais bonitos da apresentação, chamou seis pessoas do público para dividirem o palco com ela. “A gente está aqui para dizer que a arte transformista está em todos os lugares, inclusive na Conferência Nacional”, completou a drag queen.
Uma das participantes desse momento foi Alice Anayumi, pessoa delegada representante do Mato Grosso. Para ela, que também faz performances drag, “poder contribuir, subir no palco, sentir a energia das performances, do público “é simbólico e potente. “Essa conferência está sendo um sopro de ar fresco pra gente. Acredito que, principalmente nos interiores, onde a gente tem uma política muito pesada em cima dos corpos dissidentes, ter esse momento é uma forma de voltar renovada pra casa e perceber que o que a gente etá fazendo está dando certo e a gente está conseguindo o nosso espaço, está conseguindo as coisas, coletivamente e com afeto”, disse.
Organzza, um dos nomes do universo drag mais conhecidos da atualidade agitou o público com apresentações cheia de voguing – movimentos rápidos e de forte impacto visual. “Talvez esse seja o evento mais importante que eu participei na minha vida, porque depois de tudo o que a gente assou alguns anos atrás, eu nunca imaginei que estrai na 4ª Conferência de Cultura, um evento nacional”, explicou.
Antes de se despedir, ela pontuou a importante da arte na expressão identitária, mas principalmente artística do segmento. “Se a gente está aqui é porque em algum momento, a arte e a cultura entraram nas nossas vidas.”
Realização
A 4ª CNC é realizada pelo MinC e pelo Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), e correalizada pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI). Além disso, conta com apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil).
O Festival da Cultura, que também integra a programação, é apresentado e patrocinado pelo Banco do Brasil, com realização do MinC e do CNPC, correalização da OEI e apoio da Flacso Brasil.
Por: Ministério da Cultura (MinC)
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