Relações exteriores
G20 no Brasil: Banco Central defende estabilidade monetária para combater a desigualdade
Sob a presidência do Brasil, reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G20 aconteceu em São Paulo. Em pauta, temas como inclusão financeira, governança global, combate à inflação, estabilidade financeira e renegociação de dívidas.
14/03/2024 18:09
O G20 teve a primeira reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais sob a presidência brasileira do grupo. O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse no último dia 28, em São Paulo, onde aconteceu a reunião, que controlar a inflação faz parte do combate à pobreza e às desigualdades sociais.
"A inflação impacta negativamente os índices de pobreza e atinge de forma desproporcional os mais vulneráveis, aprofundando as desigualdades sociais", afirmou Campos Neto. "Lutar contra a pobreza e a desigualdade está no centro das nossas propostas", destacou. O presidente do BC informou estar alinhado ao governo federal e reforçou o discurso do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em prol do combate à fome e à pobreza.
Campos Neto aproveitou para defender a importância da estabilidade dos preços para o brasileiro. "A melhor contribuição da política monetária para crescimento sustentável, baixo desemprego, aumento de renda e melhora das condições de vida da população é manter a inflação baixa, estável e previsível."
Ainda segundo o presidente do BC, as autoridades monetárias do G20 possibilitaram um momento de estabilidade a nível global. "Após ação sincronizada dos bancos centrais, tivemos progresso em reduzir a inflação". Ele apontou, porém, que "o processo ainda não acabou". "Ainda há riscos pela frente e há trabalho para ser feito na reta final", enfatizou.
Para Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, há consenso no G20 em relação à necessidade de retornar o crescimento com melhores condições de igualdade. "A pandemia deixa lições sobre o impacto aos mais vulneráveis, de modo que é preocupação comum dos países do G20", destacou, no dia 29, durante coletiva de imprensa no âmbito do G20, em SP.
Uma contribuição importante dos bancos centrais para a redução das desigualdades é o trabalho na promoção da inclusão financeira. "O Brasil é um exemplo e vem sendo estudado por países avançados. Pagamentos digitais, como o Pix, são um caso de enorme sucesso, não apenas por facilitar pagamentos, mas também por aumentar o acesso ao mercado financeiro, às condições de crédito, possibilitando negócios onde antes não era possível", explicou Paulo Picchetti.
"Dar às pessoas acesso a crédito é um passo fundamental para garantir que elas tenham melhores condições de vida, de forma sustentável, dando lugar a uma trajetória de crescimento dessas pessoas. Inclusão financeira incorporando não só a preocupação de quantidade, mas também de qualidade", enfatizou o diretor.
Brasil na presidência do G20
Desde 1º de dezembro, o Brasil passou a presidir o G20, fórum de cooperação econômica internacional que reúne dezenove das principais economias do mundo, além da União Europeia, da União Africana e países convidados pelo membro que ocupa a presidência a cada ano. Essa é uma oportunidade de o país colocar em pauta assuntos que considera prioritários. Durante esse mandato, o BC terá papel de liderança na condução de trabalhos da Trilha de Finanças.
Para mais informações, acesse: https://www.g20.org/pt-br .
Por: Banco Central do Brasil
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