ICMBio e Memorial Chico Mendes participam da implementação do Programa Sanear em unidades de conservação na Amazônia
Objetivo é garantir acesso à água para o consumo humano em comunidades extrativistas na região Norte
Uma equipe formada por integrantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Memorial Chico Mendes (MCM) participou na segunda-feira (18), nas comunidades da Floresta Nacional de Tefé, no Amazonas, das atividades de implementação da segunda fase do Sanear Amazônia, cujo objetivo é garantir o acesso à água para o consumo humano e produção de alimentos em comunidades rurais da região Amazônica.
O Sanear Amazônia iniciou como um projeto-piloto na Resex do Médio Juruá, no Amazonas, sob coordenação da Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc) e Universidade de Brasília (UnB), e apoio do ICMBio e Petrobras e, devido ao seu êxito e à articulação do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), tornou-se a principal política pública de saneamento básico em áreas rurais na Amazônia.
Até 2026, o programa projeta investimentos de R$ 79 milhões na implementação de sistemas de acesso à água e saneamento em comunidades de 15 reservas extrativistas administradas pelo ICMBio na Amazônia, beneficiando 2.676 famílias.
O Sanear Amazônia, coordenado pelo Memorial Chico Mendes, viabiliza a instalação de sistemas pluviais multiuso de captação e tratamento de água da chuva, rio ou poço artesiano com a garantia de acesso, qualidade e quantidade para cada família atendida. A ação disponibiliza ainda sistemas familiares autônomos de captação de água da chuva do telhado para atender banheiros com fossa em três pontos de uso da água: chuveiro, pia e vaso sanitário, além de fornecer água para a pia de cozinha.
“O Sanear é uma tecnologia social de saneamento básico apropriada à realidade dos povos e comunidades tradicionais da Amazônia, que vem transformando a vida de milhares de famílias, através de melhorias na higiene, com impactos significativos na saúde, no bem-estar e na inclusão produtiva das comunidades”, disse Tatiana Rehder, Coordenadora-Geral de Populações Tradicionais do ICMBio.
Na próxima quinta-feira (21), a equipe do ICMBio irá visitar as comunidades da Reserva Extrativista Auatí-Paraná, no município de Fonte Boa (AM). Além das reservas extrativistas e a Floresta Nacional de Tefé, o programa atende comunidades remanescentes de quilombos e projetos de assentamentos agroextrativistas.
“O ICMBio apoia institucionalmente a implementação do Sanear, facilitando os meios para que a política pública chegue às famílias beneficiárias das unidades de conservação federais na Amazônia”, esclarece Tatiana Rehder.
Ministra Marina Silva participa de evento na Ilha do Marajó - Foto: MMALançamento
No último dia 11, os ministros do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas (MMA), Marina Silva, e dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, lançaram a nova fase do Programa Sanear em Curralinhos, na região do Marajó.
O programa instituído pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) prevê investimentos de R$ 210 milhões em ações de ampliação do acesso à água e de promoção da agricultura familiar na Amazônia. Na região do Marajó, a previsão é beneficiar 4.612 famílias rurais de baixa renda em 16 municípios. A iniciativa faz parte do Programa Cidadania Marajó, que visa garantir acesso a direitos com foco em crianças e adolescentes nas áreas de saúde, educação, economia e direitos humanos.
Durante o evento, foi anunciado um edital de cerca de R$ 60 milhões para assistência técnica e extensão rural do Programa Bolsa Verde. Retomado em 2023, após seis anos de paralisação, o Bolsa Verde realiza pagamentos trimestrais de R$ 600 para famílias que vivem em áreas de Unidades de Conservação de uso sustentável, incluindo reservas extrativistas, reservas de desenvolvimento sustentável e florestais nacionais. Atualmente, algo em torno de 28,5 mil famílias recebem o benefício.
Programa Sanear
Objetivos:
1 - Implementação de tecnologia social de acesso à água para o consumo humano e a produção de alimentos em comunidades vulneráveis na Amazônia.
- Água segura e acessível que gera benefícios diretos sobre o bem-estar, sobre a saúde e a segurança alimentar das famílias extrativistas.
- Inclusão social e produtiva das famílias extrativistas no processo produtivo sustentável, fortalecendo as cadeias de valor, base da produção de alimentos e geração de renda.
Etapas:
- Mobilização, seleção e cadastramento das comunidades e famílias
- Capacitações: técnica e saúde ambiental
- Implantação dos componentes físicos da tecnologia social
Unidades de conservação (números de famílias atendidas):
Acre - 650
Resex Cazumbá-Iracema
Resex Riozinho da Liberdade
Resex Alto Tarauacá
Amapá - 460
Resex Rio Cajari
Amazonas – 1.106
Resex Médio Purus
Resex Ituxi
Resex Auatí-Paraná
Resex Lago Capanã-Grande
Resex Arapixi
Flona Tefé
Pará - 460
Resex Iriri
Resex Rio Xingu
Resex Riozinho do Anfrísio
Resex Renascer
Resex Terra Grande Pracuuba
TOTAL: 2.676 famílias atendidas
Saiba mais: https://www.youtube.com/watch?v=4hX4QsC2BaI
Por: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
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