Organizações debatem desigualdade e economia global no G20 Social vinculado à Trilha de Finanças
Entidades não-governamentais convidadas, grupos de engajamento e sociedade civil organizada trouxeram seus pontos de vista sobre como combater a desigualdade em suas diferentes expressões
Nesta quinta-feira (7/3), 26 representantes da sociedade civil participaram do encontro do G20 Social, vinculado à Trilha de Finanças. A reunião, que ocorreu de maneira virtual, ouviu as preocupações e propostas de representantes de diversas entidades ao redor do mundo sobre o tema “Economia Global e Desigualdades”.
A mesa de abertura contou com a fala do subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica, Antonio Freitas; da subsecretária de Acompanhamento Macroeconômico e de Políticas Comerciais, Júlia Braga; e da responsável pela Relação da Trilha de Finanças com a Sociedade Civil, Tatiana Berringer.
“Existem proporções e disparidades chocantes que nos confrontam todos os dias. A luta contra a fome e a desigualdade está sendo colocada de maneira prioritária como nunca antes aconteceu no G20”, declarou Freitas.
A desigualdade e sua relação com a economia global, tema do encontro, estão no centro do debate proposto pelo Brasil durante sua presidência do G20, buscando maneiras de mitigar seus efeitos nas relações entre países e no âmbito doméstico destes. Júlia Braga lembrou que há, no G20, um “acordo amplo de que geração de empregos é ferramenta crítica para lidar com a desigualdade, para que haja crescimento sustentável da economia”.
A construção de oportunidades de diálogo com a sociedade civil brasileira e global é um dos objetivos dos encontros do G20 Social vinculados à Trilha de Finanças. “Pretendemos aumentar a base social do fórum, uma vez que a participação serve também como maneira de deixar pública algumas questões-chave”, afirmou a responsável pela Relação da Trilha de Finanças com a Sociedade Civil, Tatiana Berringer.
Pontos de vista da sociedade
O encontro foi dividido em três momentos e contou com tradução simultânea do português para o inglês. Além da mesa de abertura, cada uma das duas sessões contou com a participação de três palestrantes convidados e de representantes da sociedade civil brasileira e global organizada.
Na mesa Economia Global e Desigualdades, falaram Laura Carvalho, economista chefe na Open Society Foundation; Amitabh Behar, diretor interino executivo da Oxfam Internacional; e Jurema Werneck, diretora da Anistia Internacional no Brasil.
Behar apresentou o relatório Inequality.Inc (Desigualdade S.A., em livre adaptação para o português). O documento traça um diagnóstico a respeito da atuação das grandes corporações no incremento da desigualdade em todo o mundo. O relatório apresenta dados sobre concentração de mercados e como executivos de grandes empresas internacionais concentram boa parte da riqueza acumulada no planeta. “Durante a crise de fome, clima, custo de vida e combustíveis, o que vemos é que os super ricos têm se beneficiado”, alertou. “Essa luta contra a desigualdade e a discussão sobre tributação no G20 é histórica. Espero que esse passo seja reconhecido e celebrado”, acrescentou.
Werneck chamou a atenção para a necessidade de um acordo para que todos os países participem da formulação de políticas internacionais de tributação. “Sem esse tratado, a evasão fiscal irá continuar a ter um efeito corrosivo nas sociedades, aumentando a pobreza e a desigualdade”, defendeu.
Já a mesa “G20 e o Combate à fome, à pobreza e às desigualdades” contou com as falas de Renato Godinho, que coordena a Força-tarefa da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza; Stephen Devereux, pesquisador no Instituto de Estudos de Desenvolvimento; e Adhemar RIbeiro, membro da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia. Além deles, 14 representantes de movimentos sociais tiveram voz na sessão.
O próximo encontro do G20 Social vinculado à Trilha de Finanças será sobre Transição Justa e a Nova Globalização e está previsto para o final deste mês.
Por: Ministério da Fazenda
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