G20: fim da desigualdade salarial entre homens e mulheres é prioridade
Brasil é aplaudido em seu relato sobre as ações para efetivamente reduzir as distorções salarias entre homens e mulheres, durante o GT Trabalho no G20 em Brasília
Os delegados dos países da África do Sul, Austrália, Espanha, Canadá e Brasil relataram a luta dos seus países para acabar com a desigualdade salarial entre homens e mulheres, durante a 2ª Reunião Técnica do Grupo de Trabalho sobre Emprego, do G20 Brasil, realizada em Brasília (DF) na tarde desta quinta-feira (28/3). Todos eles têm políticas públicas voltadas para acabar com a desigualdade salarial entre homens e mulheres.
A representante do governo da Austrália, Heike Phillips, disse que a desigualdade salarial no seu pais é de 12%. O delegado do Canadá disse que o seu país está comprometido com a meta da equidade salarial dos trabalhadores. Já o Brasil as mulheres ganham em média 19,4% a menos do que os homens. Em cargos de dirigentes e gerentes, os dados indicam uma diferença salarial entre homens e mulheres de 25,2%, segundo o 1ª Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado na semana passada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério das Mulheres.
O Brasil foi aplaudido, após o relato de Dercylete Lisboa Loureiro, auditora fiscal, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sobre a regulamentação da Lei da Igualdade Salarial, aprovada no ano passado. Dercylete conta que a Lei vai será efetivamente possível reduzir a desigualdade de salarial. “A realidade mudou, a Inspeção do Trabalho já multava as empresas. Agora, com a Lei, as empresas são obrigadas apresentar um plano para corrigir as distorções salariais”, explicou ela.
Dercylete lamentou a triste realidade que as mulheres negras, que são as que mais sofrem com as distorções salariais. “As mulheres negras estão sempre abaixo dos demais grupos, é preciso urgentemente mudarmos essa realidade” disse. Dercylete lembrou que a maioria da população brasileira é formada por pretos e pardos. “E eu, como uma mulher negra, represento a maioria no Brasil, e queremos ter mais leis dignas”, ressaltou, sendo aplaudida pelos delegados.
O relatório mostrou, por exemplo, que a remuneração média no Brasil é de R$ 4.472. Os homens não negros recebem R$ 5.718 e as mulheres não negras aparecem na sequência com R$ 4.452. Já os homens negros ganham R$ 3.844 e as mulheres negras com salários médios de R$ 3.041.
A delegada da Austrália Heike Phillips disse que a igualdade de gênero no trabalho é prioridade para o governo. Segundo ela, a desigualdade salarial na Austrália é país de 12%. “Mais precisamos reduzir ainda mais. Nas indústrias, a desigualdade é maior, as mulheres ganham menos dos que os homens”.
O delegado da África do Sul Letoaba Kgomotso Abram disse que o seu país está trabalhando para resolver esse problema. Lá, eles tem um código de boas práticas e fiscalizam as empresas. “Não avançamos como queríamos, mas queremos eliminar as desigualdades entre homens e mulheres”. Já o delegado da Espanha disse que a fiscalização é atuante para que as empresas cumpram as determinações do país de igualdade salarial.
Por: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
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