Economia

Prévia da inflação em março sustenta tendência de queda

IPCA-15 ficou 0,42 ponto percentual abaixo da taxa de fevereiro, que foi de 0,78%. Em 12 meses, índice acumula 4,14%, abaixo dos 4,49% observados em igual período no ano passado

26/03/2024 16:43
Prévia da inflação em março sustenta tendência de queda
Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como prévia da inflação oficial, teve desaceleração neste mês de março e ficou em 0,36%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco registraram alta no período. Ainda assim, o índice teve desaceleração de 0,42 pontos percentuais na comparação com fevereiro, quando teve alta de 0,78%. Em março de 2023, o IPCA-15 foi de 0,69%.

O índice acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,14%, ante 4,49% para igual período apurados no ano anterior. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (26/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo de alimentação registrou alta de 0,91%, um impacto de 0,19 ponto na prévia inflacionária de março. Ainda dentro desse grupo, a alimentação no domicílio subiu 1,04% neste mês. Contribuíram para as altas a cebola (16,64%), o ovo de galinha (6,24%), as frutas (5,81%) e o leite longa vida (3,66%). Outros itens apresentaram queda, como a batata inglesa (-9,87%), cenoura (-6,10%) e o óleo de soja (-3,19%).

Tendo o preço dos alimentos, o presidente da República, Luiz Inácio da Silva, esteve em reunião, no início deste mês, com os ministros Carlos Fávaro (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), além do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.

Na ocasião, foi avaliado que a queda de preços de alimentos chegará entre o final de março e o início de abril.

A alta apresentada desde o fim do ano é causada, sobretudo, por efeitos de enchentes em áreas de plantio, em especial no Rio Grande do Sul. A avaliação do Governo Federal é de que já há uma tendência de baixa de preço com o avanço da colheita da safra e que isso tende a repercutir nos valores apresentados nas próximas semanas nos supermercados.

Ainda na reunião, Fávaro destacou medidas como o novo Plano Safra para estimular a produção de arroz, feijão, trigo, milho e mandioca, incluindo a compra de estoques públicos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e o lançamento de contratos de opções para garantir preços mínimos, principalmente aos produtores da agricultura familiar.

Leia mais: Governo avalia que queda de preços de alimentos chegará em breve a consumidores

Outros grupos avaliados

No grupo Transportes a aceleração foi de 0,43%. O item que colaborou para segurar a inflação foram as passagens aéreas, que recuaram 9,08% em março. Por outro lado, a gasolina (2,39%) teve o maior impacto positivo (0,12 p.p.). Em relação aos demais combustíveis (2,41%), houve alta nos preços do etanol (4,27%), enquanto o gás veicular (-2,07%) e o óleo diesel (-0,15%) registraram queda.

Altas foram observadas ainda na habitação (0,19%), saúde e cuidados pessoais (0,61%) e educação (0,14%). Por outro lado, artigos de residência (-0,58%), vestuário (-0,22%), despesas pessoais (-0,07%) e comunicação (0,04%) apresentaram queda.

IPCA-15

Os preços que serviram de base para o cálculo do IPCA-15 foram coletados no período de 16 de fevereiro a 14 de março de 2024 e comparados com aqueles vigentes de 16 de janeiro a 15 de fevereiro de 2024. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Texto: Thays de Araújo, da Agência Gov

Com informações da Agência IBGE de Notícias

Edição: Paulo Donizetti de Souza


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