“Estaria passando fome sem o Bolsa Família”, afirma Vivia Pereira, beneficiária do programa
Iniciativa foi apresentada a membros do G20, países convidados e organismos internacionais, durante segunda reunião da Força-Tarefa para construção da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
Criado em 2003 pelo Governo Lula, o programa Bolsa Família tem ajudado milhões de famílias na luta contra a fome e a pobreza. Uma das famílias beneficiadas pelo programa é a da diarista Vivia Soares Pereira, de 39 anos, mãe de quatro filhos. Ela recebe o benefício desde que teve o primeiro filho, Hudson, que hoje tem 22 anos de idade.
Moradora do residencial Sigefredo Pacheco, na zona leste de Teresina, no Piauí, Vivia foi uma das primeiras beneficiadas quando o programa foi criado. “Na época, eu fazia faxina, morava com minha mãe na zona norte e passávamos necessidade. Quando fiz o cadastro, comecei a receber R$ 50 por tinha um filho. Era pouco, mas ajudava bastante”, afirma a diarista, que só cursou até o terceiro ano do ensino fundamental.
Dois anos após o nascimento de Hudson, Vivia deu à luz Giovana, que também passou a ser beneficiária. No entanto, somente quando o terceiro filho nasceu, Tailon, hoje com 12 anos, é que o valor do Bolsa Família teve um aumento significativo, chegando a R$ 300.
“Graças ao Bolsa Família, estou conseguindo criar meus filhos. Não passamos mais fome”, conta a diarista Vivia Soares Pereira, mãe de um recém-nascido, Isaque
Dedicada aos cuidados do bebê, Vivia teve que parar de trabalhar como ajudante de uma banca que vende arrumadinho. E justamente voltado para mães de filhos de zero a seis anos de idade que não têm com quem deixar o bebê, o Bolsa Família paga mais R$ 150 para a família. “Ao todo, recebo R$ 750 do programa. Graças a esse dinheiro, podemos pagar as contas básicas”, afirma Vivia.
Dos quatro filhos que moram com Vivia, que é mãe solo, apenas Giovana trabalha. Ganha um salário mínimo, tem carteira assinada e ajuda na casa da mãe. Além do Bolsa Família, Vivia foi beneficiada também por outra programa social, o Minha Casa, Minha Vida. Desde 2012 ele tem sua casa própria, obtida por meio de um sorteio após realizar inscrição no programa. “Eu pagava R$25 por mês de prestação na casa, depois aumentou para R$ 50,00 mas consegui quitar há dois anos. Sou muito grata a esses programas”, destaca Vivia.
G20, Aliança Global e o Bolsa Família
O programa Bolsa Família foi uma das iniciativas apresentadas pelo governo brasileiro a membros do G20 , países convidados e organismos internacionais, durante a segunda reunião da Força-Tarefa para construção da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, em Brasília, em março.
A Aliança busca formar uma cesta com políticas públicas bem-sucedidas de combate à fome e à miséria do Brasil e de diversas outras regiões do mundo. Após ter estabelecido critérios para que programas façam parte da iniciativa, a força-tarefa debate políticas públicas, como a do Bolsa Família, que poderiam se enquadrar nos parâmetros estabelecidos.
Aberta a todos os países, a Aliança Global visa estabelecer um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento de onde são mais abundantes e canalizá-los para onde são mais necessários, apoiando a implementação e a ampliação da escala de ações, políticas e programas no nível nacional.
Entre os objetivos, estão os de evitar a duplicação de esforços e de dar o impulso político necessário para mobilizar os fundos e mecanismos existentes e melhor organizá-los em torno de dois princípios: o foco nos mais pobres e vulneráveis; e a implementação consistente de políticas nacionais.
Entre 22 e 24 de maio, a Força-Tarefa terá sua segunda reunião presencial, com a presença de 52 delegações internacionais, com objetivo de consolidar os instrumentos fundadores da Aliança Global . A expectativa é que a Aliança seja lançada no fim do ano, durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro.
Instrumentos fundadores da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza devem ser consolidados em maio em Teresina
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