Ministro defende mais verbas para transição energética em países do G20
Alexandre Silveira, de Minas e Energia, abriu a segunda reunião do Grupo de Trabalho Transições Energéticas do G20, que conta com cerca de 150 delegações estrangeiras
“Precisamos de ações efetivas para garantir que o fluxo dos investimentos em transição energética chegue em maior escala nos países em desenvolvimento”, defendeu o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante discurso de abertura da primeira reunião presencial do Grupo de Trabalho Transições Energéticas do G20 nesta segunda-feira (15), em Brasília.
O avanço no acesso ao financiamento para a transição energética, principalmente nas economias emergentes, será o tema principal do debate do GT, que reúne aproximadamente 150 delegações estrangeiras, entre países membros do G20 e instituições parceiras nesta segunda e terça-feira (15 e 16).
Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA), para triplicar renováveis em todo o mundo serão necessários investimentos anuais de US$ 4,5 trilhões até 2030.
“Outra constatação é que, atualmente, cerca de 85% dos investimentos anuais realizados para a transição energética estão concentrados em países desenvolvidos. Para chegarmos neste patamar, precisamos aumentar em seis vezes o que é praticado atualmente. Também precisamos de ações efetivas para garantir que o fluxo desses investimentos chegue em maior escala nos países em desenvolvimento”, afirmou Silveira.
O ministro ressaltou que as transições energéticas e a promoção do desenvolvimento sustentável estão no centro da agenda de trabalho do MME. Segundo ele, a presidência do Brasil no G20 tem como objetivo apontar ao mundo os desafios que precisam ser enfrentados para que essas transações se deem de forma justa, inclusiva e equilibrada.
“Sob a liderança do presidente Lula, construímos uma agenda ambiciosa, com entregas relevantes para as vinte maiores economias do mundo, mas com um olhar especial para os dilemas e desafios que afetam principalmente as economias emergentes. Foi com esse espírito que o Brasil estabeleceu como prioridade a inclusão social e o combate à fome e à pobreza no G20”, destacou Silveira.
Ministro de Minas e Energia se deslocou até o evento dirigindo um veículo híbrido - Foto: Tauan Alencar
Saúde pública
Durante o discurso, Alexandre Silveira ainda levantou outra importante discussão: cerca de 2,3 bilhões de pessoas não possuem acesso a tecnologias limpas para cozinhar, problema que afeta diretamente mulheres e crianças.
“Precisamos, definitivamente, mobilizar investimentos e estabelecer compromissos de políticas públicas para mudar essa realidade. Para além da emissão de gases de efeito estufa, o uso de combustíveis poluentes para cozinhar tem consequências devastadoras para a saúde de mulheres e crianças, causando mortes prematuras, principalmente em países em desenvolvimento”, ressaltou o ministro.
Dados da Agência Internacional de Energia (IEA) indicam que serão necessários cerca de US$ 8 bilhões por ano até 2030 para garantir que todos tenham acesso a tecnologias limpas para cozinhar.
“Já dispomos de diferentes tecnologias que podem ser utilizadas para retirar as pessoas dessas condições de vulnerabilidade. Precisamos criar meios que viabilizem investimentos para combater essa que é uma das faces mais perversas da pobreza energética. Os desafios são enormes, mas a vontade de mudar, também”, finalizou o ministro.
O GT
Esta é a segunda reunião do Grupo de Trabalho Transições Energéticas do G20 – a primeira presencial, e será realizada nesta segunda e terça-feira (15 e 16/4). O grupo é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), e tem como objetivo compartilhar informações e promover uma ação política coordenada para acelerar e maximizar os benefícios da transição energética para todo o mundo.
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