Cartilha apresenta coordenação de memória e verdade sobre escravidão no Brasil
Publicação explica a atuação do colegiado que tem o objetivo de apoiar a implementação de políticas públicas, além de estimular a participação da sociedade
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) reuniu, em uma cartilha, informações sobre o significado, a motivação, a importância e a estrutura de operação da Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas (CGMET). A publicação, lançada em abril, torna público os objetivos e as atribuições do colegiado, em linguagem simples e concisa, no intuito de alcançar toda a população.
Criada em 2023, em uma iniciativa inédita do governo federal, a CGMET integra a Assessoria Especial em Defesa da Democracia, Memória e Verdade (ADMV) do MDHC. No escopo das ações, está a escuta dos movimentos sociais negros, das comunidades tradicionais quilombolas e praticantes de religiões de matriz africana, no sentido de acolher suas demandas por reconhecimento e reparação material e simbólica.
Dentre as principais motivações para criação do instrumento está a pertinência de visibilizar um passado de silenciamento e invisibilização, que “envolve histórias de dor, sofrimento e traumas compartilhados e transmitidos coletivamente por gerações”. Segundo destaca a cartilha, no entanto, essas são memórias também marcadas “por resistência, produção de conhecimento e criação cultural protagonizados pela população escravizada”.
Na publicação, o leitor também conhece a proposta de trabalho, as áreas de atuação, os objetivos gerais e específicos, e a composição de Núcleos Regionais e suas competências – que são instâncias locais espalhadas em cada uma das cinco regiões brasileiras, instalados com a finalidade tornar possíveis as ações para o desenvolvimento das políticas públicas e alcançar uma participação social mais efetiva.
Projeto gráfico temático
A capa e o projeto gráfico da cartilha, de autoria de Marcilio Costa, exibem a ilustração de uma carranca, que eram tipos de esculturas fixadas nas proas das embarcações e tidas como artefato de proteção aos navegantes. Figuras geométricas que remetem a grafismos – presentes nas estamparias de diversos povos africanos – formam o desenho do oceano.
“A representação da embarcação adornada por uma carranca, navegando de forma altiva sobre um oceano que lhe dá sustentação e direção, pode ser vista como um simbolismo de resistências afroindígenas-brasileiras, a partir do reconhecimento da história de seus povos, na busca por reparação pelas agruras que lhe foram impostas”, diz o texto introdutório do documento sobre a arte escolhida para a cartilha.
A cartilhada CGMET, disponível em formato virtual, é voltada para toda sociedade. Acesse e leia!
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