Com variação de 0,06% em fevereiro, preços da indústria voltam ao campo positivo
A queda de 1,42% no setor de alimentos impactou o resultado de fevereiro do Índice de Preços ao Produtor
No entanto, o maior destaque foi o setor de alimentos (-1,42%), que, de forma geral, exerceu a maior influência sobre o índice nacional (-0,35 p.p.) O resultado dessa atividade foi impactado pela queda nos preços de produtos derivados da soja, do arroz e carnes de bovinos frescas.
“Houve a entrada da safra da soja e do arroz e um aumento do efetivo do gado para abate. Isso torna os preços mais baratos para a indústria”, explica o gerente de análise e metodologia do IBGE, Alexandre Brandão. “Se não fosse pelo resultado negativo do setor de alimentos, que pesa cerca de 25% da indústria, o índice teria crescido mais em fevereiro”, completa.
No setor de metalurgia, os preços subiram 2,03% frente a janeiro, terceiro resultado positivo seguido. Essa taxa foi a mais alta para a atividade desde maio de 2022 (2,05%). Na passagem de janeiro para fevereiro, as maiores influências para o aumento vieram dos produtos do grupo de metais não ferrosos, que vêm sendo atingidos por variações de câmbio e dos preços dos insumos.
“Houve aumento dos preços do minério de ferro, depois de ter registrado queda em um ambiente internacional muito hostil”, diz o gerente, que cita a depreciação do real frente ao dólar em fevereiro como um dos fatores que explicam a alta.
Já nas indústrias extrativas (1,79%), houve inflação pelo terceiro mês consecutivo. No ano, o setor acumula alta de 6,52%. “Nessa atividade, o Brasil acompanha o movimento dos preços no mercado internacional e eles vêm aumentando. A depreciação do real frente ao dólar intensifica isso ainda mais”, diz o gerente.
Por sua vez, no refino de petróleo e biocombustíveis (0,74%), a variação positiva foi influenciada, principalmente, pela alta no preço do álcool etílico. “Os produtos que mais pesam nessa atividade são os derivados do petróleo, como óleo diesel e gasolina, mas o maior impacto dessa vez veio do álcool etílico, em razão da dificuldade momentânea de moer cana-de-açúcar em certas áreas”, analisa.
Em fevereiro, as grandes categorias econômicas tiveram o seguinte comportamento: bens de capital (-1,05%); bens intermediários (0,12%); e bens de consumo (0,21%). Nessa última categoria, houve variação de 0,23% nos bens de consumo duráveis (BCD) e de 0,20% nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND).
Saiba mais sobre o IPP
O IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país. Trata-se de um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados.
A pesquisa investiga, em pouco mais de 2.100 empresas, os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes, definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Cerca de 6 mil preços são coletados mensalmente. As tabelas completas do IPP estão disponíveis no Sidra . A próxima divulgação do IPP, referente a março, será em 30 de abril.
Por: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)
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