Direitos Humanos parabeniza organização de travestis e transexuais negros
Fonatrans, encontro em Teresina, Piauí, vai até domingo (14), reunindo ativistas de todos o País, com a presença de representante do MDHC
Participaram da abertura do evento, nesta quinta (11), Symmy Larrat Brito de Carvalho, secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, e a presidente do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Janaina Oliveira.
O Fonatrans acontece anualmente em diferentes estados do Brasil. Em 2024, a sede é Teresina, no Piauí, onde acontecem o 9º Encontro Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros e o 1º Encontro Nacional de Parlamentares Trans Negras e Negros.
Segundo Janaina Oliveira, esses espaços organizativos são fundamentais para não só organizar a sociedade civil sobre as diretrizes, quais programas, atividades e ações que devem ser realizadas de forma conjunta, mas também apontar para o poder público a necessidade de quais políticas são efetivas e necessárias para atender essa população.
“Ter um encontro de travestis transexuais negras num país que tem como título ser o país que mais mata travestis transexuais, que é um país extremamente racista, que é um país extremamente machista, manter essa organização, ter essa organização como centralidade é fundamental não só para a nossa organização, mas para a gente debater temas da atualidade com a própria violência política e como ela tem sido perversa na atuação da vida das parlamentares negras nesse país, em especial das travestis e transexuais”, disse a presidente do Conselho.
Para ela, é fundamental que ocorra essa troca de ideias, de estratégias, de organização, de enfrentamento, de análises, entre a gestão pública, a sociedade civil organizada e o legislativo. “Além da nossa participação, do Ministério dos Direitos Humanos, haverá a participação do Ministério da Saúde - entre outros órgãos públicos – uma oportunidade de falar de dados, de ouvir o movimento trans negro brasileiro. A proposta é ouvir quais são as estratégias, se somar a elas nessa luta, nesse enfrentamento à transfobia, ao racismo, às múltiplas formas de violência”, enfatizou.
A organizadora do Fonatrans, Jovanna Cardoso, explica que o evento tem tudo para ser um sucesso pois conta com ativistas trans, negros e negros de todos os estados do Brasil. “São mais de 100 pessoas que irão discutir toda a pauta, discutir o genocídio da população negra, da juventude negra, discutir políticas públicas de inclusão, cidadania e encontrar formas de prevenir e mitigar os efeitos do racismo no Brasil”, revelou.
Fonatrans
O primeiro fórum aconteceu em Porto Alegre (RS), em 2015. A pauta foi enfrentamento ao racismo, igualdade de gênero, mercado de trabalho, geração de renda, segurança pública e enfrentamento à transfobia racista, dentre outros.
Nas eleições de 2020 e de 2022 várias parlamentares trans foram eleitas: 32 vereadoras, quatro deputadas estaduais e duas deputadas federais, desse total, 98% confirmaram presença no evento. Nomes como Erika Hilton, Duda Salabert, Dani Balbi, Linda Brasil, dentre outras.
Por: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC)
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