Tecnologia

Estudantes do ensino público do DF participam de imersão no mundo das TICs

Serpro promoveu o Girls in ICT para incentivar mais garotas a seguirem carreira nas áreas das Tecnologias da Informação e Comunicação

Agência Gov | via Serpro
22/04/2024 17:29
Estudantes do ensino público do DF participam de imersão no mundo das TICs
Encontro de jovens estudantes de tecnologia em Brasília

“Eu gostei muito da experiência, porque me interesso muito pela área de tecnologia e é muito bom saber que existem mulheres que já passaram por tantas coisas. Fico muito grata por todo o trabalho que elas fizeram antes, porque quando eu chegar lá para trabalhar, uma boa parte do caminho já vai estar pronto”, compartilhou Gabriely Gomes Dantas, estudante do 2º ano do Centro Educacional do Lago Norte (Brasília/DF). Ela foi uma das 36 garotas que participaram do Girls in ICT na manhã desta segunda-feira, 22 de abril, na sede do Serpro.

Organizado pela Serpro, estatal federal de TI, em parceria com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), o evento integra a celebração do Dia Internacional das Meninas na Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Na atividade, as estudantes conheceram as experiências de diferentes profissionais da área, como elas venceram desafios da carreira, e também participaram de oficinas de programação em Scratch e Arduino.

“Eu já tinha trabalhado com Arduino, mas foi muito legal porque, apesar de não ser tão familiarizada com robótica, eu gosto muito de programação. Eu me interesso muito por assuntos de tecnologia”, acrescentou Gabriely.

Para a professora da Universidade de Brasília (UnB) e liderança do Meninas.Comp, a doutora em Engenharia Elétrica, Maristela de Holanda, iniciativas como essa são uma sementinha plantada. “Primeiro, a representatividade das mulheres de poder, de liderança nesse país. A gente precisa ver que elas podem chegar lá”, declarou Maristela.

O Meninas.Comp é um projeto voltado a aumentar a quantidade de garotas na computação e foi responsável pelas oficinas do Girls in ICT. Maristela de Holanda defende que uma fala num evento como esse já pode ser um elemento motivador para que as jovens queiram entender mais o que é computação. “O que a gente faz é apresentar a área, porque muitas vezes elas não têm acesso a essa informação", complementa a professora.

Parceira no Meninas.Comp, a pós-doutora em Robótica, Carla Koike, acrescenta que esse é um momento de empoderamento próprio, das garotas tomarem as próprias decisões. "Muitas vezes, há uma pressão para que elas sigam para aquelas áreas mais tradicionais. Nesse sentido, nosso papel é apoiar e mostrar que é possível, que a gente está aqui. A gente tem representatividade”, conclui a também professora da UnB.

Compartilhando experiências

O Girls in ICT foi aberto pela líder do Projeto Estratégico Ser ESG do Serpro, Valeria Silva. Ela, que é formada em Direito, mas seguiu a área de desenvolvimento quando entrou na empresa, registrou a importância do país comemorar a data. “Temos números muito baixos de mulheres nas áreas de tecnologia, ciência, matemática e engenharias no Brasil e isso é preocupante. Somos uma empresa de tecnologia, nós precisamos de pessoas para trabalhar. E mulheres são tão capazes como qualquer outro indivíduo. Então, estamos muito felizes em receber esse evento”, afirmou Valeria.

Dentre as profissionais do Serpro que compartilharam experiências com as estudantes, estiveram as analistas de Informações para Inteligência de Negócios, Ana Paula Tolentino; do Portifólio de Oportunidades, Keyle Barbosa, e de Tecnologias de Ciência de Dados, Lucélia Mota.

“Precisamos ter esse olhar especial porque esse é um mercado grande, mas muito masculinizado, porque ainda não é tão aberto à participação das mulheres e temos que mudar isso, termos maior presença feminina nesses espaços“, avaliou o assessor da Diretoria Executiva do Serpro, Anderson Nascimento, que representou o presidente Alexandre Amorim e a diretora de Desenvolvimento, Ariadne Fonseca.

A superintendente de Relações com Consumidores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Cristiana Camarate, trouxe a sua experiência profissional focando em como é possível lidar com “barreiras invisíveis” que podem surgir na trajetória das jovens. “Eu me vi em muitas situações querendo ser perfeita, o que nenhuma de nós é. E isso mudou muito a minha carreira e me possibilitou crescer, assumir novos desafios, mais riscos, ser corajosa e não perfeita”, partilhou Cristiana.

“Como que você vai desenvolver aplicativos se não tiver uma diversidade de quem cria esses aplicativos? Como que a gente vai preparar o projeto para atender grávidas se não tem nenhuma mulher envolvida no desenvolvimento dessa aplicação?”, questionou a engenheira eletricista Milene Franco Pereira, gerente Sênior de Relações Governamentais da Qualcomm. A representante da empresa de tecnologia respondeu que “precisamos do olhar diversificado para a indústria continuar crescendo” e que esses aplicativos não vão atender aos interesses mais amplos da população se só um grupo pequeno cuidar disso.

Dia internacional das meninas na TIC

“Lançamos essa iniciativa em 2011 para motivar e encorajar as meninas a seguirem a carreira na área de STEM, que é uma carreira com muitas vantagens, promissora, mas que ainda não temos muitas mulheres nesse campo. A gente precisa de vocês, porque uma solução para gente não vai ser a mesma sem que a gente participe dessa criação”, declarou a coordenadora da iniciativa Girls in ICT para as Américas da UIT, Caroline Brandão.

Em 2024, a data oficial do Dia Internacional das Meninas na Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) será 25 de abril. A celebração mundial é organizada pelo Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação (DICT) das Filipinas. O tema deste ano é "Liderança", enfatizando a necessidade crucial de modelos femininos fortes em carreiras STEM (acrônimo de Science, Technology, Engineering, and Mathematics, em português: ciência, tecnologia, engenharia e matemática).

O Dia das Meninas na TIC de 2024 no Brasil – celebrado com o Girls In ICT no Serpro, nesta segunda (22) – buscou abordar esses desafios, promovendo o empoderamento e o desenvolvimento de liderança para meninas e jovens mulheres em STEM, incentivando e reduzindo barreiras para um futuro mais equitativo.

Projeto Estratégico Ser ESG

Ser ESG é o desafio do Serpro para este e os próximos anos. “Para ajudar a cuidar das pessoas e do planeta, a empresa está comprometida em incentivar novas reflexões, atitudes e soluções, corporativas e individuais, em prol dos eixos Ambiental, Social e de Governança”, declara a gestora do Projeto Estratégico, Valeria Silva.

“A sigla ESG engloba um conjunto de boas práticas nos eixos ambiental, social e de governança na gestão de negócios de uma empresa para que ela se torne uma referência em responsabilidade”, explica a analista do Projeto Estratégico Ser ESG, Cristina Carvalho. Ela detalha que o ambiental são as atitudes sustentáveis para reduzir os impactos negativos ao meio ambiente. O social, por sua vez, preocupa-se com todas as pessoas envolvidas, interna e externamente, com a empresa. Por fim, o eixo de governança estabelece ações que visam garantir a sustentabilidade a partir de uma maior conformidade ambiental e social nos normativos, políticas e ações do Serpro e está cada vez mais alinhada aos outros pilares do ESG.

A promoção do Girls in ICT 2024 no Serpro esta está alinhada ao eixo Social do ESG, que contempla fomentar a inclusão digital e o interesse das mulheres na tecnologia.

Link: https://www.serpro.gov.br/menu/noticias/noticias-2024/estudantes-df-imersao-tic
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