Embrapa, fundo internacional e movimento camponês plantam corredores agroecológicos
Equipes da Embrapa e técnicos e agricultores vinculados ao Movimento Camponês Popular em Sergipe promoveram plantio coletivo
Equipes da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF) e Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), juntamente com representantes do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola ( FIDA ) e técnicos e agricultores vinculados ao Movimento Camponês Popular em Sergipe (MCP-SE), promoveram de 22 a 25 de abril,a mobilização e o plantio de corredores agroecológicos em municípios do Sul Sergipano.
De segunda a quinta (22 a 25), aconteceram a oficina sobre os temas Agrobiodiversidade, Sementes Crioulas e Manejo Sustentável do Solo, e o plantio dos corredores agroecológicos nas Comunidades Despensa e Tanque, em Itabaianinha e Lagarto, respectivamente. Os eventos serviram como estratégia de motivação de agricultores e técnicos do território e início da atividade de implantação dos corredores.
Na manhã de sexta (26), na sede da Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Aracaju, foi realizada uma reunião para tratar de atualizações sobre o Programa ‘Raices Agroecologicas’ , financiado pelo FIDA, que tem a Unidade da Embrapa como parceira e uma das responsáveis pelo apoio técnico a uma proposta, ainda em formulação.
A proposta em construção a ser apoiada pelo FIDA tem como principais objetivos a identificação e desenvolvimento participativo de variedades e sementes adaptadas localmente; a adaptação de sistemas de produção locais sob premissas agroecológicas, a partir da experiência dos corredores agroecológicos iniciada em Goiás; apoiar a produção local de bioinsumos; o desenvolvimento e disponibilização de ferramentas e maquinário adaptados para a agricultura familiar e produção agroecológica; a capacitação e formação de técnicos nas diferentes áreas de atuação do projeto; o desenvolvimento e a promoção de cadeias de valor dos produtos agroecológicos e acesso a mercados que valorizem esta produção, incluindo tecnologias digitais que apoiem não só a produção mas também a comercialização; a promoção de sistemas de certificação acessíveis, além de garantir a fundamental participação dos agricultores na construção de desenvolvimento de conhecimentos pela abordagem participativa de todas as ações.
A reunião teve a presença de Doina Popusoi, agente do FIDA e coordenadora do programa, dos chefes-adjuntos da Embrapa Tabuleiros Costeiros Amaury Santos, de Pesquisa e Desenvolvimento, e Cristiane Sá, de Transferência de Tecnologia, além da analista de TT Fernanda Amorim e dos pesquisadores Altair Machado e Cynthia Torres, da Embrapa Cerrados, e dos técnicos e agricultores da Associação de Camponesas e Camponeses do Estado de Sergipe (ACCESE) e MCP-SE Ana Maria Guimarães, Kauane Batista, Edson Almeida e Alexandre Rodrigues, e do representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDAF) em Sergipe, José Maurício, e do representante da Rede Sergipana de Agroecologia (ReSeA), Jorge Rabanal.
As oficinas contaram, ainda, com o apoio do técnico agrícola da Embrapa Tabuleiros Costeiros Arnaldo Rodrigues.
Corredores agroecológicos
De acordo com Altair Machado e Cynthia Torres, que conduzem experiências exitosas com agricultores familiares de Goiás, concebidos à semelhança dos corredores de vegetação, os corredores agroecológicos referem-se a áreas individuais ou coletivas onde faixas de cultivos alimentares são combinadas, temporal e espacialmente, com espécies de plantas de cobertura e outras de interesse local, compondo um sistema de consórcios e rotações.
“A estratégia dos corredores agroecológicos surgiu como uma possibilidade para os agricultores familiares de Goiás, na região do Cerrado brasileiro, garantirem a produção de alimentos e soberania alimentar ao mesmo tempo em que usam e conservam os recursos naturais, como água, solo e vegetação nativa, aproveitando satisfatoriamente os pequenos espaços que possuem para o cultivo de uma diversidade considerável de espécies”, explicam os pesquisadores.
Por Embrapa (matéria colaborativa com contribuições de Altair Machado, Cynthia Torres, Amaury Santos e Fernanda Amorim)
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte