Nos 80 anos da PF, Lewandowski enaltece papel do órgão no combate ao autoritarismo

O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Lewandowski, afirmou que a Polícia Federal (PF) possui atuação fundamental no combate ao autoritarismo. “Em um país em que determinados setores ainda persistem em flertar com o espectro do autoritarismo, a exemplo dos altamente reprováveis acontecimentos que culminaram nos atos de 8 de janeiro de 2023, a Polícia Federal, por meio de técnicas aprimoradas e com estrito respeito à Constituição Federal, tem sido um dos grandes esteios da preservação de nosso Estado Democrático de Direito”, disse.

A declaração foi feita durante a cerimônia de celebração do 80º aniversário da Polícia Federal, na sede do órgão em Brasília, nesta quarta-feira (3). Lewandowski ressaltou a importância da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela PF, que identificou financiadores dos atos golpistas em 8 de janeiro do último ano, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos. “Na mesma linha, a recente elucidação dos odiosos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes trouxeram as respostas longamente esperadas pela sociedade brasileira, que há anos demandava justiça nesse caso”, complementa.

A data representa o marco de um processo de transformação da instituição, que a corporação atravessa nos últimos meses, com a criação de novas diretorias e o fortalecimento da atuação em diversas frentes, a exemplo dos crimes contra o meio ambiente, crimes cibernéticos, fortalecimento da cooperação internacional e aprimoramento das ações de formação e capacitação. Atualmente, a Polícia Federal possui 123 pontos distribuídos entre as 27 unidades da Federação, além das 14 diretorias e representação internacional em 22 países.

O titular do MJSP também endossou a referência que o órgão possui internacionalmente em relação ao combate aos crimes de lavagem de dinheiro, de tráfico de drogas e ao enfrentamento às organizações criminosas de todo o gênero. “Seja nas cidades, nas fronteiras, nas florestas, nos céus, nos mares e nos rios do País, seja resgatando trabalhadores em condições análogas à escravidão, a Polícia Federal tem se esmerado em todas as missões nas quais é chamada a se engajar”, completou Lewandowski.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou, por sua vez, que não é possível que o crime e a  impunidade sejam aceitos como intrínsecos à sociedade. “A elucidação dos assassinatos bárbaros de Marielle Franco e Anderson Gomes, após cinco anos de falhas e incertezas nas investigações, foi uma prioridade assumida por nós, por ser uma resposta de fundamental importância”, salientou.

Modernização

Além disso, ele citou que é “absolutamente inaceitável” que forças políticas e servidores públicos se coloquem acima da lei. “Todos os envolvidos responderão pelos seus atos. Podem ter certeza de que trabalharemos para corresponder sempre à confiança e a credibilidade que a sociedade brasileira deposita na Polícia”, garantiu.

Andrei Rodrigues também ressaltou o trabalho incessante com modernização da governança, aumento da transparência e controle social das atividades guiadas por competência. “E o avanço rumo à equidade, inclusão, diversidade de gênero, raça e orientação sexual. Há, ainda, a ampliação das ações e das estratégias de cooperação internacional com foco em temas prioritários para o Estado brasileiro, como a questão ambiental e os crimes praticados pela internet”, disse.

Ele observou, ainda, que estão no centro desse processo de fomento à governança, projetos de valorização funcional e de combate interno ao assédio moral e sexual e, especialmente, de cuidado com a saúde mental de todos os profissionais.