MDIC promove a equidade de gênero na construção da Estratégia Nacional de Economia Circular
A segunda mesa sobre o tema economia circular reuniu lideranças femininas, representantes de empresas, governo e sociedade civil para discutir a importância de que a ENEC reflita as reais necessidades femininas
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) avançou, na manhã desta quinta-feira (4/4), na elaboração da Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC) pelo olhar da equidade de gênero. A mesa temática das Mulheres na Política reuniu lideranças femininas, representantes de empresas, governo e sociedade civil para dialogar sobre os principais desafios existentes para as mulheres na economia circular. Este foi o segundo encontro do grupo sobre o tema.
A secretária executiva adjunta do MDIC, Aline Damasceno, conduziu o debate. “Criamos, após o nosso último encontro, uma rede que se chama ‘Elas na economia circular’. Com essa rede, conseguimos encaminhar a minuta da ENEC para as participantes analisarem os objetivos e as iniciativas constantes do documento”, explicou. “Hoje, iremos receber mais contribuições e debater”, afirmou Aline.
Para Verena Hitner, secretária executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, a construção de políticas com o olhar para a equidade de gênero, trazendo esse diálogo primeiro para as mulheres, é uma clara sinalização de que o MDIC e o governo federal estão tratando o assunto como prioridade.
O ambiente normativo e institucional favorável à economia circular; o estímulo ao redesenho circular da produção; o gerenciamento de recursos e a preservação do valor dos materiais; os instrumentos financeiros e financiamento da economia circular; a inovação, cultura, educação e geração de competências e articulação interfederativa e envolvimento dos trabalhadores da economia circular foram os eixos debatidos pelos presentes.
Para Paula Bernardes, coordenadora na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e criadora do primeiro MBA em Economia Circular e Inovação, a questão de gênero deve ser um dos critérios para financiamentos de projetos de inovação. “Nós vemos que os projetos, em sua maioria, são realizados por mulheres, mas são os homens que lideram esses trabalhos. É importante haver um incentivo para projetos encabeçados por mulheres”, opinou.
Para Aline Sousa, presidente da Central de Cooperativas de Trabalho de Materiais Recicláveis do DF (CENTCOOP), é muito sábio realizar a discussão sobre a economia circular de forma tão ampla e com tanta diversidade. “Nós, catadores, vivemos a economia circular. Nós estamos fazendo a reciclagem pois precisamos trabalhar e ter renda, além de preservar e minimizar danos ambientais. Não podemos mais aceitar a economia linear e esse debate é fundamental para a nossa e as futuras gerações”, afirmou.
O secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV), Rodrigo Rollemberg, e o diretor do Departamento de Novas Economias, Lucas Ramalho, participaram da abertura do encontro e reforçaram a importância do olhar feminino na construção da política pública.
“Estamos em um momento histórico do MDIC e do Brasil, onde o protagonismo feminino está sendo incentivado. Estamos construindo a Nova Indústria Brasil (NIB) e as demais políticas sob novos pilares, e a equidade de gênero é um deles”, afirmou o secretário. O diretor apresentou o dado de que a economia circular pode diminuir em 40% as emissões de gases de efeito estufa. “O que conversa com as metas da NIB e com a realidade mundial”, disse Lucas.
ENEC
A ENEC está sendo desenvolvida pelo Departamento de Novas Economias da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV) em conjunto com os Ministérios do Meio Ambiente e da Fazenda.
O documento está sendo construído com um olhar diversificado. “Nós vamos analisar as contribuições recebidas hoje e aprimorar o texto de minuta da ENEC. Depois iremos disponibilizá-lo para consulta pública. Queremos construir um documento plural e inclusivo”, disse a coordenadora-geral de Bioeconomia e Economia Circular do MDIC, Sissi Alves, reforçando que a transição para uma Economia Circular somente terá êxito se for incorporada pelo setor produtivo. Esse setor é responsável por grande parte do consumo de recursos naturais e da geração de resíduos.
MULHERES NA POLÍTICA
As mesas de debate Mulheres na Política acontecem de acordo com a necessidade de discussão de determinadas políticas. Em 2023, o ciclo de debates discutiu a presença das mulheres no comércio exterior, na política regulatória e na indústria.
PARTICIPANTES
Participaram do encontro a professora doutora da Universidade Estadual de Minas Gerais, Aline Fonseca; a coordenadora do HUB de Economia Circular Brasil, Exchange 4 Change Brasil, Beatriz Luz; a fundadora do Instituto Ideia Circular, Carla Tennenbaum; a gerente de Parcerias Estratégicas da Associação Brasileira da Indústria química (Abiquim), Caroline Ponce Leon; a assessora especial da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Ellen Lemos; a assessora da Casa Civil, Fernanda Cunha Pirillo; a climate Policy Lead do PNUMA, Fernanda Romero; a diretora de projetos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Renata Studart; a líder de Relações Institucionais e Governamentais da Unilever Brasil, Juliana Marra; a analista de políticas e indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Larissa Malta; a consultora de Economia Circular do PNUMA, Julia Eloy Tourinho; a organizadora do Fórum Nordeste de Economia Circular, do Instituto por Direitos e Igualdade (IDI), Lídice Berman; a fundadora do Copo Vivo, Luenne Coelho; Ketlin Feitosa, da gestão sustentável do Superior Tribunal de Justiça (STJ); Renata Vilarinho, diretora de Parcerias da Polen; Katia Silva, da Ideal Work Uniformes e Lúcia Helena Freitas, do Departamento de Novas Economias da SEV.
Por: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)
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