Ministério das Mulheres e MDIC se unem para capacitar jovens mulheres em comércio exterior
Acordo prevê a qualificação de mulheres entre 15 a 29 anos, em situação de vulnerabilidade, para inserção no mercado, promovendo empoderamento econômico e social
Os ministérios das Mulheres e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) formalizaram, nesta quarta-feira (3), um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o objetivo de promover a inclusão de mulheres jovens, em situação de vulnerabilidade social, em atividades de alta qualificação no comércio exterior. O acordo estabelece parceria estratégica para incentivar e capacitar mulheres entre 15 e 29 anos por meio da promoção de ações de gênero de ambas as pastas, como iniciativas de qualificação profissional e o Programa “Asas Pro Futuro”, do MMulheres, e o “Elas Exportam”, do MDIC.
Para a ministra Cida Gonçalves, essa é uma oportunidade para fazer a diferença na vida de jovens mulheres e criar um caminho para que façam crescer sua renda e, assim, tenham maior participação na economia. "Sabemos que historicamente as profissões mais bem remuneradas são ocupadas em sua maioria por homens e queremos mudar essa realidade”, completou a ministra.
Segundo o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, as empresas atuantes no comércio exterior se apresentam como uma oportunidade para as mulheres receberem melhores salários e desenvolver maior nível de qualificação.
Entre as ações concretas que podem ser executadas a partir do acordo, por exemplo, estão a oferta de cursos em EAD para mulheres interessadas em atuar nas funções de analista de comércio exterior em empresas, auxiliares de despachantes aduaneiros ou mesmo capacitações para aquelas que tiverem vocação para empreender na área de comércio exterior.
Cenário
Há muito trabalho a ser feito para ampliar a participação feminina no setor. Segundo o estudo “Mulheres no Comércio Exterior: Uma Análise para o Brasil”, publicado pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, as mulheres ocupam 32,5% dos empregos nas firmas que atuam no comércio exterior. Quando se avalia a proporção de empregados em relação ao porte das empresas, verifica-se que a participação das mulheres tende a ser maior nas pequenas empresas, com até 9 empregados. Já sob a perspectiva de mulheres empresárias, apenas 14% das empresas exportadoras brasileiras possuem preponderância feminina em seus quadros societários, e esse percentual é maior dentre as micro e pequenas empresas.
O público-alvo dessa iniciativa leva em conta, por exemplo, dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgado pelo IBGE em 2023, segundo os quais mais de 10,9 milhões de jovens (22,3% do total desse público) estão sem emprego e sem estudar por falta de oportunidades. Dos jovens que estão nesse contexto, 52% são mulheres, 61,2% são pobres e 66% são negros.
“Diante desses diagnósticos, os ministérios uniram esforços para garantir melhores oportunidades de emprego e de empreendedorismo para mulheres brasileiras, a fim de promover maior empoderamento econômico e social”, ressalta Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC.
Asas pro Futuro
Coordenado pelo Ministério das Mulheres, em parceria com Ministério do Trabalho e Emprego e a Secretaria-Geral da Presidência da República, o programa Asas pro Futuro visa ampliar a participação de mulheres jovens de 15 a 29 anos em situação de pobreza, preferencialmente mulheres negras e indígenas, em setores estratégicos do desenvolvimento econômico, como as áreas de exatas chamadas “STEAM”, tecnologia, energia, infraestrutura, logística, transportes, audiovisual, ciência e inovação, com ênfase em carreiras voltadas para a sustentabilidade socioeconômica.
Elas Exportam
O programa, que é desenvolvido pelo MDIC em parceria com a ApexBrasil e tem ciclos semestrais, oferece mentorias individuais, oficinas e seminários para auxiliar no desenvolvimento de competências e habilidades técnicas e socioemocionais necessárias à atividade exportadora. O programa está dentro das iniciativas do governo federal destinadas a promover ações voltadas à equidade de gênero.
Além da parceria com o MDIC, estão previstos acordos de cooperação e parcerias com o Ministério de Minas e Energia (MME), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Caixa Econômica Federal e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte