“É urgente debatermos e encontrarmos soluções para os desafios que a mudança do clima tem trazido para o campo cultural”, afirmou Margareth Menezes
Ministra da Cultura participou da abertura de evento paralelo ao G20 sobre patrimônio cultural e mudanças climáticas
“É urgente debatermos e encontrarmos soluções para os desafios que a mudança do clima tem trazido para o campo cultural”, afirmou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, nesta segunda-feira (27), na abertura do seminário internacional Patrimônio Cultural e Ações Climáticas, no prédio da Regional Brasília do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
A atividade paralela à programação da 2ª Reunião Técnica do Grupo de Trabalho da Cultura do G20, realizada nesta terça (28) e quarta (29), é coordenada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), juntamente com o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
“Uma das prioridades do GT de Cultura do G20 é a proteção do patrimônio cultural e da memória, alinhada aos debates sobre a mudança do clima, pois o combate às desigualdades e a construção de um mundo mais justo e igualitário tem como pilares fundamentais a salvaguarda, valorização e a proteção de nosso patrimônio cultural”, destacou Margareth Menezes.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, enfatizou a importância do patrimônio imaterial. “Desde o ano passado nós temos priorizado comunidades quilombolas, indígenas, olhado para os povos tradicionais, percebendo a importância que o patrimônio imaterial tem a nos oferecer de aprendizado sobre resiliência, mitigação e sustentabilidade”.
Catástrofes naturais
O impacto das catástrofes naturais no patrimônio cultural foi abordado pela diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto. “A agenda da ONU, na sua meta 13.1, sugere reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionadas ao clima e as catástrofes naturais. Essa agenda dialoga com as capacidades institucionais, sociais e econômicas de preservação do patrimônio cultural, uma vez que os efeitos adversos das mudanças climáticas terminam por impactar tanto os patrimônios tangíveis quanto intangíveis”.
“Nunca um ditado popular foi tão importante como agora: prevenir é melhor do que remediar. Uma triste coincidência fez com que esse evento seja realizado enquanto lidamos com as terríveis enchentes que atingem o estado do Rio Grande do Sul. Essa horrível tragédia teve impacto severo no rico patrimônio cultural do estado, conhecido por orgulhosamente preservar suas riquezas culturais. A catástrofe no Sul é um exemplo irrefutável de como a crise climática em curso afeta o patrimônio material e imaterial”, comentou o secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Laudemar Aguiar Neto.
“As iniciativas que nós temos visto de impacto para a preservação ambiental, a preservação das nossas cidades, a conservação do nosso patrimônio, precisam de uma ação urgente”, garantiu a coordenadora-Geral de Adaptação à Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Inamara Melo.
Desenvolvimento sustentável
Os desafios impostos pela mudança do clima e o desenvolvimento sustentável também foram tratados pela ministra da Cultura. “O Brasil tem adotado, historicamente, posição firme na promoção do desenvolvimento sustentável e na busca de soluções aos desafios da mudança do clima. O reflexo disso é que 93% de toda a eletricidade consumida no país já vem de fontes renováveis”. E adiantou: “Temos um objetivo de criar, até a COP30, em Belém, o primeiro Plano de Trabalho sobre Cultura no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima. É importante avançarmos nessa estratégia e convido a todos os países aqui reunidos a se somarem a essa iniciativa para salvar o planeta e a nós mesmos”.
Também estiveram presentes no evento o secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares; os presidentes do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro; e da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues; os secretários de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg; e de Formação, Livro e Leitura, Fabiano Piúba; a presidente do Comitê sobre Mudanças Climáticas e Patrimônio do Icomos, Aline Carvalho; o presidente do Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus (Icom Brasil), Diego Bevilaqua; e o diretor do Instituto Guimarães Rosa (IGR), ministro Marco Antonio Nakata.
Painéis
A programação da manhã desta segunda incluiu ainda uma apresentação sobre a atividade e a articulação nacional. Nela foram fornecidos informes a respeito dos impactos das mudanças climáticas no patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. Participaram da atividade a secretária de Cultura do estado, Beatriz Araujo; e o superintendente do Iphan, Rafael Passos.
Na sequência teve início o debate Perspectivas da Agenda Multilateral Sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas, mediado pelo coordenador-geral de Assuntos Internacionais do MinC, Vinícius Gurtler, com a presença da diretora do Departamento do Clima do MRE, Liliam Chagas, e representantes da Unesco, Iccrom e Icom. A segunda parte contou com a participação de integrantes de delegações Argentina, Índia e Marrocos.
À tarde foram promovidos os painéis Perspectivas de povos originários, comunidades tradicionais e detentores sobre patrimônio cultural e ações climáticas, Perspectivas globais sobre patrimônio cultural e ações climáticas e Financiamento e gestão para a ação climática.
O seminário terá continuidade nesta terça (28) e quarta (29), na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), com o Encontro do Ciclo de Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas.
Por: Ministério da Cultura
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