Entenda por que níveis de emprego e massa de rendimentos são os melhores em 10 anos
Pnad Contínua Trimestral do IBGE, analisada estado por estado, mostra movimento sólido de queda do desemprego e de crescimento da renda em 23 das 27 Unidades da Federação
A taxa de desocupação no Brasil no primeiro trimestre de 2024 foi de 7,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse modo, com queda de 0,9 ponto percentual em relação aos 8,8% apurados no mesmo período no ano passado, o País tem o menor índice de desemprego em dez anos.
Isso porque desde 2015 não havia taxa de desocupação abaixo de 8% da população (confira gráfico abaixo). Entre 2016 e 2022, o desemprego oscilou entre 11,1% e 14,9% – sempre se tratando do período janeiro a março de cada ano.
O dado sobre o desempenho do emprego, que já havia sido divulgado no final de abril, foi agora reforçado pelos recortes regionais apresentados na sexta-feira (17/5) pelo IBGE.
A leitura regionalizada da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do primeiro trimestre deste ano mostrou queda do desemprego em 23 unidades da federação (22 estados e DF) entre janeiro e março. A taxa, portanto, só apresentou elevação em quatro estados – Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul –, como se pode ver na tabela postada ao final deste texto.
Sempre na comparação com o primeiro trimestre de 2023, ou seja, na mesma base de análise entre este ano e o anterior. Essa é base mais adequada para se comparar o desempenho de um indicador tão importante para a economia do País. Ou seja, dentro da mesma sazonalidade.
Para uma melhor compreensão da importância da sazonalidade na análise, basta lembrar que o final de ano tem sempre um movimento mais aquecido que o início. Por exemplo: não se deve comparar volume de vendas de um shopping em um mês de dezembro com as vendas de novembro, mas sim com dezembro do ano anterior. Outro exemplo: um agricultor, para saber se a produção aumento ou caiu, compara as toneladas de cana colhidas em novembro com o mesmo mês no ano anterior, e não no mês anterior, já que é em novembro que ele realiza a colheita, e não em outubro.
Indicador por trimestre nos últimos dois anos - Brasil
1º trimestre desde o início da Pnad Contínua (2012-2014) - Brasil
Massa de rendimentos
Além disso, ainda segundo a Pnad Contínua Trimestral do IBGE, o rendimento médio real mensal habitual foi estimado em R$ 3.123 no 1º trimestre de 2024. Comparado com o período ente janeiro e março do do ano passado (R$ 3.004), o aumento médio real, ou seja, acima da inflação, é de 4% em um ano, conforme a pesquisa já divulgada pelo IBGE em 30 de abril.
Por sua vez, a massa de rendimento médio mensal real, de todos os trabalhos, habitualmente recebido foi estimada em R$ 308,3 bilhões – volume de injeção de recursos na vida das pessoas e, portanto, na economia, nunca antes alcançado. Frente ao primeiro trimestre de 2023 (R$ 289,1 bilhões), a massa de rendimento teve expansão de 6,64% na média nacional.
O estudo divulgado na sexta-feira (17/5) pelo IBGE, com recorte por estados, mostra que a massa de rendimentos foi igualmente superior em 23 unidades da federação, e menor em apenas quatro – Pernambuco, Piauí, Maranhão e Mato Grosso do Sul.
A tabela a seguir mostra o comportamento da taxa de desocupação, em baixa, e a massa de rendimentos, em alta, por unidades da federação, comparando o primeiro trimestre deste ano com o do ano anterior.
Pnad Contínua trimestral - Clique aqui e veja a pesquisa completa do IBGE por estado.
Veja abaixo tabela resumida comparando desocupação e massa salarial no 1º trimestre de 2024 com igual período em 2023
UF |
Taxa de |
Massa de rendimentos mensal real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas (em R$ milhões) |
||
Sudeste |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
SP |
8,5 |
7,4 |
85.572 |
91.995 |
RJ |
11,6 |
10,3 |
28.616 |
30.005 |
MG |
7,0 |
5,9 |
28.724 |
30.425 |
ES |
6,8 |
6,3 |
5.783 |
6.235 |
Nordeste |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
BA |
14,4 |
14,0 |
11.180 |
12.399 |
SE |
11,9 |
10,0 |
1.932 |
2.104 |
AL |
10,6 |
9,9 |
2.421 |
2.513 |
PE |
14,1 |
12,4 |
7.676 |
7.528 |
PB |
11,1 |
9,9 |
3.158 |
3.539 |
RN |
12,1 |
9,6 |
2.843 |
3.379 |
CE |
9,6 |
8,6 |
6.964 |
7.050 |
PI |
11,1 |
10,0 |
2.875 |
2.816 |
MA |
9,9 |
8,4 |
4.677 |
4.664 |
Sul |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
RS |
5,4 |
5,8 |
18.877 |
19.611 |
SC |
3,8 |
3,8 |
12.781 |
13.701 |
PR |
5,4 |
4,8 |
18.214 |
20.165 |
Norte |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
TO |
6,9 |
6,0 |
1.901 |
1.982 |
AP |
12,2 |
10,9 |
941 |
1.006 |
PA |
9,8 |
8,5 |
7.721 |
8.668 |
RR |
6,8 |
7,6 |
705 |
707 |
AM |
10,5 |
9,8 |
3.429 |
3.716 |
AC |
9,8 |
8,9 |
707 |
767 |
RO |
3,2 |
3,7 |
2.108 |
2.296 |
Centro-Oeste |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
DF |
12,0 |
9,5 |
7.960 |
8.192 |
GO |
6,7 |
6,1 |
11.103 |
11.911 |
MT |
4,5 |
3,7 |
5.596 |
6.404 |
MS |
4,8 |
5,0 |
4.684 |
4.565 |
|
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
Jan-Mar 2023 |
Jan-Mar 2024 |
BRASIL |
8,8 |
7,9 |
289.148 |
308.318 |
Assista ao vídeo e entenda como é feita a pesquisa sobre desemprego do IBGE
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