Economia

Entenda por que níveis de emprego e massa de rendimentos são os melhores em 10 anos

Pnad Contínua Trimestral do IBGE, analisada estado por estado, mostra movimento sólido de queda do desemprego e de crescimento da renda em 23 das 27 Unidades da Federação

Paulo Donizetti de Souza | Agência Gov
20/05/2024 12:25
Entenda por que níveis de emprego e massa de rendimentos são os melhores em 10 anos
Foto: Marcelo Camargo/EBC

A taxa de desocupação no Brasil no primeiro trimestre de 2024 foi de 7,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse modo, com queda de 0,9 ponto percentual em relação aos 8,8% apurados no mesmo período no ano passado, o País tem o menor índice de desemprego em dez anos.

Isso porque desde 2015 não havia taxa de desocupação abaixo de 8% da população (confira gráfico abaixo). Entre 2016 e 2022, o desemprego oscilou entre 11,1% e 14,9% – sempre se tratando do período janeiro a março de cada ano.

O dado sobre o desempenho do emprego, que já havia sido divulgado no final de abril, foi agora reforçado pelos recortes regionais apresentados na sexta-feira (17/5) pelo IBGE. 

A leitura regionalizada da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do primeiro trimestre deste ano mostrou queda do desemprego em 23 unidades da federação (22 estados e DF) entre janeiro e março. A taxa, portanto, só apresentou elevação em quatro estados – Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul –, como se pode ver na tabela postada ao final deste texto.

Sempre na comparação com o primeiro trimestre de 2023, ou seja, na mesma base de análise entre este ano e o anterior. Essa é base mais adequada para se comparar o desempenho de um indicador tão importante para a economia do País. Ou seja, dentro da mesma sazonalidade. 

Para uma melhor compreensão da importância da sazonalidade na análise, basta lembrar que o final de ano tem sempre um movimento mais aquecido que o início. Por exemplo: não se deve comparar volume de vendas de um shopping em um mês de dezembro com as vendas de novembro, mas sim com dezembro do ano anterior. Outro exemplo: um agricultor, para saber se a produção aumento ou caiu, compara as toneladas de cana colhidas em novembro com o mesmo mês no ano anterior, e não no mês anterior, já que é em novembro que ele realiza a colheita, e não em outubro.


Indicador por trimestre nos últimos dois anos - Brasil

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1º trimestre desde o início da Pnad Contínua (2012-2014) - Brasil

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Massa de rendimentos 

Além disso, ainda segundo a Pnad Contínua Trimestral do IBGE, o rendimento médio real mensal habitual foi estimado em R$ 3.123 no 1º trimestre de 2024. Comparado com o período ente janeiro e março do do ano passado (R$ 3.004), o aumento médio real, ou seja, acima da inflação, é de 4% em um ano, conforme a pesquisa já divulgada pelo IBGE em 30 de abril.

Por sua vez, a massa de rendimento médio mensal real, de todos os trabalhos, habitualmente recebido foi estimada em R$ 308,3 bilhões – volume de injeção de recursos na vida das pessoas e, portanto, na economia, nunca antes alcançado. Frente ao primeiro trimestre de 2023 (R$ 289,1 bilhões), a massa de rendimento teve expansão de 6,64% na média nacional.

O estudo divulgado na sexta-feira (17/5) pelo IBGE, com recorte por estados, mostra que a massa de rendimentos foi igualmente superior em 23 unidades da federação, e menor em apenas quatro – Pernambuco, Piauí, Maranhão e Mato Grosso do Sul.

A tabela a seguir mostra o comportamento da taxa de desocupação, em baixa, e a massa de rendimentos, em alta, por unidades da federação, comparando o primeiro trimestre deste ano com o do ano anterior.

Pnad Contínua trimestral - Clique aqui e veja a pesquisa completa do IBGE por estado.
Veja abaixo tabela resumida comparando desocupação e massa salarial no 1º trimestre de 2024 com igual período em 2023

UF

Taxa de
desocupação
(em %)

Massa de rendimentos mensal real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas (em R$ milhões)

Sudeste

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

SP

8,5

7,4

85.572

91.995

RJ

11,6

10,3

28.616

30.005

MG

7,0

5,9

28.724

30.425

ES

6,8

6,3

5.783

6.235

Nordeste

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

BA

14,4

14,0

11.180

12.399

SE

11,9

10,0

1.932

2.104

AL

10,6

9,9

2.421

2.513

PE

14,1

12,4

7.676

7.528

PB

11,1

9,9

3.158

3.539

RN

12,1

9,6

2.843

3.379

CE

9,6

8,6

6.964

7.050

PI

11,1

10,0

2.875

2.816

MA

9,9

8,4

4.677

4.664

Sul

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

RS

5,4

5,8

18.877

19.611

SC

3,8

3,8

12.781

13.701

PR

5,4

4,8

18.214

20.165

Norte

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

TO

6,9

6,0

1.901

1.982

AP

12,2

10,9

941

1.006

PA

9,8

8,5

7.721

8.668

RR

6,8

7,6

705

707

AM

10,5

9,8

3.429

3.716

AC

9,8

8,9

707

767

RO

3,2

3,7

2.108

2.296

Centro-Oeste

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

DF

12,0

9,5

7.960

8.192

GO

6,7

6,1

11.103

11.911

MT

4,5

3,7

5.596

6.404

MS

4,8

5,0

4.684

4.565

 

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

Jan-Mar 2023

Jan-Mar 2024

BRASIL

8,8

7,9

289.148

308.318


 

Assista ao vídeo e entenda como é feita a pesquisa sobre desemprego do IBGE


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