Comitê monitora produção de gás de cozinha e plano aéreo para reintegrar o RS
MME coordena reuniões diárias para monitorar e avaliar a situação do abastecimento de combustíveis no estado
O Ministério de Minas e Energia (MME) segue com as ações de monitoramento da situação do abastecimento de combustíveis após a calamidade provocada pelos fortes temporais das últimas semanas no Rio Grande do Sul. Nesta terça-feira (07/05), a pasta definiu avanços importantes para o escoamento de gás de cozinha (GLP) e do plano para reintegrar o estado por via aérea, transferindo operações que, antes, teriam como destino o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, para outros terminais do estado e em Santa Catarina.
A retirada do gás de cozinha foi totalmente interrompida com o agravamento da situação e está sendo retomada gradativamente. Na terça-feira, 660 toneladas do produto deixaram a refinaria Alberto Pasqualini (Refap); quando 850 toneladas forem escoadas, a distribuição no estado atinge o ponto de equilíbrio da demanda.
A situação imposta pelas condições climáticas na região impossibilitou a retirada de GLP das refinarias nos últimos dias, com saídas muito aquém do necessário para atender a região. Outro ponto relatado pelas empresas do setor é a falta de pessoal para a manutenção das operações, pois parte dos trabalhadores vivem em regiões afetadas e estão impedidos de retornar o trabalho.
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Para garantir o escoamento de todos os combustíveis produzidos na Refap, as empresas solicitaram a reabertura de rotas pelo modal rodoviário, ou a criação de rotas alternativas, pois as vias, sobretudo as que passam por Caxias do Sul e Passo Fundo, estão prejudicadas. A medida é essencial não só para dar vazão à produção de GLP, mas de todos os outros combustíveis obtidos a partir do processo de refino, como o diesel, a gasolina e o querosene de aviação (QAV). Além disso, o asfalto, outro derivado de petróleo, também será essencial para a reconstrução das rodovias gaúchas.
Aeroportos
O grupo de monitoramento também se debruçou sobre soluções para reintegrar o estado ao restante do Brasil pela via aérea. O abastecimento de QAV será priorizado nos terminais de Caxias do Sul, Santo Ângelo, Passo Fundo e Pelotas, no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, será dada especial atenção a Chapecó, Florianópolis e Jaguaruna.
As companhias aéreas que operam com aeronaves de grande porte farão a opção por pousar e decolar nessas localidades já abastecidas, deixando o QAV que chega a esses aeroportos para o abastecimento de aviões menores e helicópteros, sobretudo aqueles utilizados para operações de resgate.
As reuniões diárias do Comitê de Monitoramento são coordenadas pelo secretário de Petróleo, Gás Natural de Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, e contam com a participação de empresas do setor de combustíveis, autoridades estaduais, agências reguladoras e entidades representativas.
Desmontando fakes
O governo brasileiro não recusou a oferta de ajuda feita pelo Uruguai para as operações de socorro às vítimas das cheias no Rio Grande do Sul. Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), rechaçou informações falsas de que o Brasil teria desprezado ajuda do Uruguai ou qualquer outro país. "Todas as ofertas de auxílio são bem-vindas, serão analisadas conforme a adequação às urgências e serão bem recebidas", afirma a nota.
"Um helicóptero emprestado pelo país vizinho e amigo está em operação no estado, aparelho de grande valia para o auxílio dos socorristas. O Brasil é grato ao Uruguai pelo pronto-auxílio (...) Juntamente com o helicóptero, o Uruguai também ofereceu um modelo específico de avião. Neste caso, a avaliação técnica foi a de que o aparelho, em razão de suas características, não seria adequado para o tipo de operação exigida e a infraestrutura aeroportuária disponível."
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