Metalúrgicos do ABC anunciam compromisso pela igualdade em evento com ministras
Durante agenda em São Paulo, a ministra das Mulheres também esteve com as mulheres do MST para dialogar sobre violência no campo
Nesta terça-feira (30), a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, esteve no Encontro de Metalúrgicas do ABC para debater a pauta da igualdade salarial entre mulheres e homens. A agenda em São Paulo é parte da construção do Dia das Trabalhadoras e Trabalhadores e contou com a participação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, de representantes de centrais sindicais e de movimentos sociais.
Com o tema “Trabalho, Democracia e Igualdade Racial”, o encontro teve como foco o combate às discriminações no mundo do trabalho e a defesa da igualdade salarial entre mulheres e homens.
Durante o evento, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reafirmou sua disposição de luta e solidariedade às mulheres trabalhadoras, às metalúrgicas do ABC e aos movimentos organizados ao lançar o termo de compromisso ‘Igualdade: mulheres, mulheres negras e LGBTQIAP+ nas relações de trabalho’.
Em sua fala, a ministra das Mulheres destacou dados do 1° Relatório de Transparência Salarial entre Mulheres e Homens, divulgados em março, que mostram que as mulheres recebem 19,4% a menos do que os homens, com desigualdade ainda mais acentuada para as mulheres negras em relação aos homens brancos.
"Como vamos saber se há desigualdade salarial se não tivermos um relatório de transparência? A desigualdade salarial existe desde que foi criada a CLT. Se ela fosse cumprida, não precisaríamos de uma nova lei", afirmou Cida Gonçalves, lembrando que algumas empresas estão entrando na Justiça para que não sejam obrigadas a publicar os dados referentes à folha de pagamentos, como prevê a lei.
A ministra citou ainda números de estudos realizados pela ONU, de que são necessários 300 anos para alcançar a igualdade de gênero no mundo, e da OIT, de que apenas em 70 anos alcançaremos a igualdade salarial se outras ações não forem tomadas para mudar este cenário, e perguntou: "nós temos esse tempo?". "A igualdade interessa a todos e todas, é um processo mais que democrático, é um processo civilizatório", completou.
Estavam presentes representantes da Comissão das Mulheres, da Igualdade Racial, das Pessoas LGBTQIA+, da Juventude e das Pessoas com Deficiência do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O evento se iniciou com uma apresentação artística de crianças e adolescentes do Centro Cultural Afro Brasileiro Francisco Solano Trindade.
Na parte da tarde, a ministra esteve na Fundação Perseu Abramo para uma conversa sobre as pautas do Ministério das Mulheres com a direção da instituição, pesquisadoras e coordenadoras de projetos.
O dia foi finalizado com mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), no Armazém do Campo, para um diálogo sobre a violência de gênero no campo. Foi firmado um acordo para realizar uma ação de diálogo em um assentamento no âmbito da iniciativa Brasil sem Misoginia.
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