No Japão, Brasil estreia no Mundial de atletismo com 4 ouros e 3 dobradinhas
Ao todo, são 1.069 atletas de 102 países que vão competir em provas de pista e campo. Pelo país, serão 46 esportistas e 10 atletas-guia
O Brasil amanheceu nesta sexta-feira (17/5) com o tetracampeonato do paraibano Petrúcio Ferreira nos 100m da classe T47 (amputados de braço) e um ouro inédito da amapaense Wanna Brito no lançamento de club F32 (paralisados cerebrais) na estreia no Mundial de atletismo em Kobe, no Japão, que vai até até o dia 25 de maio. O primeiro dia ainda teve a medalha de bronze da paulista Giovanna Boscolo também no lançamento de club, cravando a terceira dobradinha brasileira na competição.
Com mais essas três medalhas, o país encerrou o primeiro dia de provas em primeiro lugar do quadro geral de medalhas, com oito pódios, sendo quatro ouros, três pratas e um bronze. Na noite anterior (manhã no Japão), os brasileiros haviam conquistado cinco medalhas. A China finalizou a sua estreia na segunda colocação, com seis medalhas (dois ouros, duas pratas e dois bronzes).
“O trabalho que a gente constrói antes de chegar a essas grandes competições, e conseguir entregar esses 100%, me deixa muito feliz. São 11 anos de carreira, acaba ficando um pouco mais ansioso. A classe T47 é uma das classes que mais cresceu no paradesporto, e a prova mostrou isso. Ser o atleta mais rápido do mundo é ser inspiração e exemplo para outras pessoas e outros atletas”, afirmou Petrúcio Ferreira, que sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos e perdeu parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo.
“Deu certo, conseguimos repetir o que a gente estava treinando. No meio da prova, comecei a sentir muito frio e precisei ficar batendo na perna para esquentar. Mas depois consegui me recuperar, e fazer o lançamento do ouro. Sou muito grata a tudo. Trabalhei muito para que isso acontecesse. Estou muito emocionada”, completou Wanna, que teve diagnosticada paralisia cerebral no momento do parto.
Mundial de Atletismo Paralímpico
O Mundial no Japão é realizado no mesmo ano dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, após o Comitê Organizador Local (LOC, na sigla em inglês) solicitar ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês) o adiamento do evento, que seria em 2021, devido à pandemia de covid 19. Com isso, a cidade japonesa sedia a competição de atletismo no ano posterior ao Mundial de Paris 2023, quando o Brasil teve seu melhor desempenho na história em Mundiais. Foram 47 medalhas no total, sendo 14 ouros, 13 pratas e 20 bronzes.
Ao todo, serão 1.069 atletas de 102 países que vão competir em provas de pista e campo no estádio Kobe Universiade Memorial Stadium. Pelo Brasil, serão 46 esportistas e 10 atletas-guia. Os atletas brasileiros vão buscar melhorar suas marcas para subirem ou se manterem em boas colocações no ranking mundial de suas classes, além de fazer o índice A para os Jogos Paralímpicos, dois dos critérios de classificação pré-definidos pelo CPB.
A velocista acreana Jerusa Geber, da classe T11 (deficiência visual) foi a porta-bandeira do Brasil na abertura do Mundial de atletismo. A solenidade foi às 2h da madrugada (do Brasil) desta sexta.
Jerusa foi escolhida por ser a atleta da atual Seleção Brasileira de atletismo que conta com mais pódios em Mundiais da modalidade. Foram nove até agora, sendo quatro ouros e cinco pratas. Somente na edição de Paris 2023, a atleta subiu duas vezes ao lugar mais alto do pódio: nos 100m e 200m T11.
Ao todo, o Brasil já conquistou 267 medalhas na história dos Mundiais de atletismo – sem considerar a participação do país na edição de Birmingham 1998 por falta de dados do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês). Foram 89 ouros, 81 pratas e 97 bronzes.
Por: Ministério do Esporte
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