Novos voluntários da Força Nacional do SUS chegam ao RS; veja como participar
Profissionais emergencistas do Samu vão atuar simultaneamente em locais classificados como prioritários no estado
Neste sábado (25), mais 40 novos voluntários da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) chegaram ao Rio Grande do Sul para reforçar os atendimentos e ampliar a assistência em saúde no estado, que teve 97% do território devastado por severas enchentes.
O grupo é composto por emergencistas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e se juntou à equipe, promovendo a troca de profissionais e a inclusão de novas categorias, como técnicos de enfermagem, para diversificar e ampliar a capacidade de atendimento nos hospitais de campanha montados pelo Ministério da Saúde em Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo.
A chegada dos novos profissionais tem o objetivo de permitir que equipes volantes, compostas por médicos e enfermeiros, atuem simultaneamente em locais classificados como prioritários no estado, informa Alany Andrade, enfermeira de Aracaju, Sergipe, que compõe a equipe de gestão da FN-SUS. “Estes novos profissionais vão integrar nossos campos de operação para agregar às equipes e substituir algumas pessoas que já estão saindo de campo durante esses dias”, explicou.
Dentre os 40 profissionais, 10 vão para o Hospital de Campanha de Canoas, 11 vão compor a equipe volante de Canoas, dois para o Posto 8 de Canoas, 11 para o Hospital de Campanha de Novo Hamburgo, dois para o Hospital de Campanha de Porto Alegre, dois atuarão na saúde indígena e mais dois profissionais atuarão na gestão e comunicação.
Desde o dia 5 de maio, a Força Nacional do SUS realizou mais de 5 mil atendimentos no Rio Grande do Sul.
Voluntários
Desde o início das chuvas no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde tem convocado voluntários por meio da Força Nacional do SUS. Para participar, é obrigatório que o profissional tenha vínculo público municipal, estadual ou federal. Além disso, é necessário comprovar cinco anos de experiência em atendimento de emergência pré-hospitalar, móvel e fixo, e hospitalar.
A voluntária do Distrito Federal, moradora da região administrativa de Samambaia, Talita Freitas, 20 anos, falou de sua experiência e das expectativas em integrar as ações da FN-SUS.
“Eu me comovi muito com a situação das enchentes, e como eu já tinha ido para algumas missões, me sinto preparada para esse momento. Eu sou especialista em Saúde da Família e, inclusive, vou compor a equipe volante. Ou seja, vou executar exatamente aquilo para o qual eu fui formada”, afirmou.
Em sua quinta missão na FN-SUS, Thais de Mota Alves, de Campina Grande, na Paraíba, conta sobre sua experiência em situações de emergência. “Eu participei da missão relacionada à crise humanitária vivida pela população Yanomami, na missão das enchentes de Mimoso do Sul. Estou aqui para colaborar e ajudar da melhor forma possível no que for preciso, pois a FN-SUS está onde o Brasil precisa”, ressaltou.
Grupo recém-chegado se prepara para novas tarefas
O médico da família Marcel Luiz de Moraes de Oliveira, natural de Paulo Afonso, na Bahia, foi designado para atuar com a saúde indígena. “É muito importante ter uma atenção especial para os cuidados com as populações indígenas e acredito que esse é o momento de a gente pensar enquanto país, pensar enquanto nação. Temos gente aqui de todo o Brasil, independente de raça, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, religião; todo mundo tem que se unir neste momento para ajudar o Rio Grande do Sul”, pontuou.
Outra voluntária recém-chegada é Syone Feitosa. Com uma trajetória marcada pelo compromisso com o próximo, Syone é uma inspiração para todos aqueles que buscam fazer a diferença na área da saúde. Filha de um bombeiro militar, Syone cresceu envolta a valores de dedicação e serviço à comunidade. Com 32 anos de idade e sete anos de experiência no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) em Sergipe, ela seguiu os passos do pai e, desde o início de maio, está no Rio Grande do Sul, atendendo às vítimas das graves enchentes provocadas pelas intensas chuvas no estado.
Atuando no Hospital de Campanha (HCamp) de Canoas, Syone faz parte de um grupo de profissionais de diversas partes do país, unidos na missão de salvar vidas e proporcionar assistência à população gaúcha afetada pelo desastre natural. Desde o início de sua atuação, mais de cinco mil pessoas foram beneficiadas com atendimentos. O Ministério da Saúde montou quatro hospitais de campanha, sendo o último em Novo Hamburgo.
Com vasta experiência em situações críticas adquiridas no Samu e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Sergipe, a profissional destaca que sua maior motivação para integrar a Força Nacional do SUS é a oportunidade de se dedicar integralmente ao serviço público de saúde. "Sempre tive a máxima de quem não vive para servir, não serve para viver. Isso veio do meu pai, que é bombeiro militar e sempre participou de missões", enfatiza.
Para se dedicar plenamente ao serviço público de saúde, Syone abriu mão de sua atuação na rede particular, optando por dedicar-se exclusivamente ao Sistema Único de Saúde (SUS) . "Sempre quis trazer isso para minha vida, sempre quis muito servir. Isso me levou a abandonar o serviço particular por completo para atuar 100% no SUS, tanto no Samu, como em UPAs", afirma a enfermeira.
Como participar da Força Nacional do SUS
Interessados em participar de missões da Força Nacional do SUS podem se cadastrar no banco de voluntários .
Por Ministério da Saúde
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