Ações do Governo Federal na Terra Yanomami consolidam retirada de invasores e assistência aos indígenas
Na última terça-feira (25), operação integrada destruiu acampamento na região do Xitei. Em paralelo, distribuição de cestas de alimentos avança para novas localidades no território
A atuação dos órgãos federais dentro da Terra Indígena Yanomami, sob coordenação da Casa de Governo, avança em frentes diferentes de trabalho: o apoio à população indígena e a perseguição para total retirada dos garimpeiros. Em operação conjunta entre Exército, Ibama e a Força Nacional um acampamento utilizado por garimpeiros foi destruído na região do Xitei, nesta terça-feira (25). A estrutura contava com uma cozinha equipada com três freezers, sistema de internet via satélite Starlink, uma balança de grande porte usada para pesar os materiais extraídos ilegalmente e rádios de comunicação, utilizados para coordenar as atividades ilícitas.
A ação resultou ainda na destruição de 3 mil quilos de cassiterita, um minério altamente explorado na região, e na apreensão de 2.300 litros de combustível, que eram utilizados para alimentar os equipamentos de mineração. Adicionalmente, uma pista de pouso clandestina foi desativada, impedindo o transporte de materiais e garimpeiros para a área.
"A destruição do acampamento e a apreensão de equipamentos são passos importantes para desmantelar as redes de garimpo ilegal", afirmou um dos oficiais responsáveis pela operação. "Estamos empenhados em garantir a integridade dessas terras e a segurança das populações indígenas que dependem delas".
O combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami é parte de um esforço contínuo do Governo Federal para proteger as populações indígenas e preservar o meio ambiente. As operações de segurança visam desmantelar as estruturas operacionais do garimpo ilegal que têm causado grandes danos à floresta e ameaçado a vida e a saúde dos Yanomami. A presença conjunta dos entes federais reflete a importância e a urgência dessa iniciativa.
Distribuição de alimentos
Ao mesmo tempo em que as operações de segurança são deflagradas, o Governo Federal segue com a entrega de cestas de alimentos para comunidades que ainda enfrentam dificuldades de autonomia alimentar, em razão da destruição ocasionada pelo garimpo.
A partir da centralidade desta operação de entrega de alimentos por parte do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), iniciada em abril, o total de 8.763 cestas básicas foram entregues, beneficiando centenas de famílias. Desde o início de 2023, 78 mil cestas asseguraram alimento aos indígenas.
A distribuição das cestas é realizada por meio de polos regionais, como Surucucu e Auris, com entregas emergenciais adicionais na comunidade Missão Katramani. Recentemente, a área de Palimiu também passou a ser atendida, graças aos esforços de desintrusão e combate ao garimpo.
"A situação é crítica, e essas cestas básicas são uma linha de vida para muitas famílias", disse Paulo Oliveira, diretor de proteção territorial do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e responsável pela operação. "Estamos trabalhando incansavelmente para garantir que cada comunidade receba o suporte necessário".
Cada cesta básica foi cuidadosamente preparada para incluir alimentos de acordo com a dieta tradicional dos Yanomami, contribuindo para a saúde e bem-estar das comunidades. Os itens incluem farinha de mandioca, arroz, sal e proteína animal como peixe enlatado. A entrega das cestas está sendo realizada por via aérea, um empreendimento logístico significativo, refletido no valor total empenhado para o contrato de horas de voo, que alcança R$ 185 milhões.
"Através da desintrusão e do combate ao garimpo, conseguimos ampliar nossa área de atuação e alcançar comunidades que antes estavam isoladas", acrescentou Paulo. "Este é um passo importante para restaurar a dignidade e a segurança alimentar dos Yanomami."
Nilton Tubino, diretor responsável pela Casa de Governo, destacou o compromisso da gestão federal em proteger e apoiar as comunidades indígenas que têm sofrido com a exploração ilegal de seus territórios. “Estamos determinados a fornecer não apenas assistência imediata, mas também a garantir a segurança e a sustentabilidade dessas comunidades no longo prazo”, assinalou.
A ação emergencial está sendo amplamente reconhecida como um modelo de intervenção humanitária eficaz, mostrando como o apoio governamental e a logística bem coordenada podem fazer a diferença em situações de crise. No entanto, os desafios permanecem, e a luta contra o garimpo ilegal continua sendo uma prioridade para garantir a preservação do território e da cultura Yanomami. O objetivo do Governo Federal é desarticular as atividades ilegais e, também, enviar uma mensagem clara de que está comprometido em proteger os recursos naturais e as comunidades indígenas do Brasil.
Por: Casa Civil
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