Casarão histórico de Belo Horizonte abrigará Centro de Memória Ferroviária
Sede da antiga RFFSA, o Casarão da rua Sapucaí passará por uma nova etapa de restauração a partir de junho
O Casarão da Rua Sapucaí, antiga sede da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA), em Belo Horizonte (MG), passará por uma nova etapa de restauração a partir deste mês de junho. O termo de parceria para a segunda etapa das obras foi assinado na última quinta-feira (13). Com previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2025, o imóvel que pertence ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), abrigará, no futuro, o Centro de Memória Ferroviária.
O imóvel da década de 1910 receberá um investimento de R$ 2,127 milhões para a restauração. A verba foi viabilizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o patrocínio da VLI, controladora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), e o projeto foi desenvolvido pela empresa Multicult.
A restauração do Casarão da Sapucaí, que ocupa mais de 3 mil metros quadrados e possui cerca de 50 salas, teve sua primeira etapa concluída em 2017, quando foi recuperada a fachada do imóvel, com investimento de R$ 883 mil. Nesta nova fase, serão realizadas diversas intervenções, incluindo a instalação de novas redes elétricas, execução de projetos luminotécnicos, reformas nos banheiros e copas, substituição e ampliação do elevador, além de pintura interna e recuperação dos forros de madeira. Também está prevista a execução dos projetos de paisagismo nos jardins e áreas externas do casarão.
A superintendente do Iphan em Minas Gerais, Daniela Castro, destacou a importância do casarão, “que abrigou a história de muitos, especialmente dos trabalhadores e trabalhadoras da rede ferroviária federal. O legado que essa edificação preserva nos conecta ao futuro e possui uma simbologia muito importante, que nos oferece a oportunidade de refletir sobre o significado da memória ferroviária para nós, mineiros e belorizontinos”, disse.
A história do Casarão da Sapucaí está profundamente ligada à fundação de Belo Horizonte, tendo sido a região da Sapucaí e da Praça da Estação a principal porta de entrada para materiais e insumos utilizados na construção da capital mineira. Após a privatização da RFFSA, no final dos anos 1990, o casarão se tornou um depósito de itens históricos como sinos, placas, maquinários e documentos das estradas de ferro, que atualmente estão na superintendência do Iphan-MG e farão parte do acervo do futuro Centro de Memória Ferroviária. “Implantar o Centro de Memória Ferroviária faz uma referência ao passado ferroviário, crucial para Belo Horizonte, para Minas Gerais e para a conformação do Brasil como um todo”, reforça Daniela.
Além de abrigar o Centro de Memória Ferroviária, o projeto de restauração se integra à requalificação urbana da Rua Sapucaí, promovida pela Prefeitura de Belo Horizonte. O plano inclui a criação de áreas de permanência, arborização, paisagismo, construção de uma arquibancada mirante e quiosques com banheiros públicos, transformando a rua em um novo ponto de encontro e lazer para moradores e visitantes.
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte