Governo mapeia impactos das chuvas no RS e discute recuperação com agricultores
Gabinete Itinerante do Ministério da Agricultura ouve demandas de lideranças em Bento Gonçalves, região de Caxias do Sul, para traçar ações de retomada de atividades agropecuárias
Na manhã de sexta-feira,14 de junho, a Embrapa Uva e Vinho sediou a reunião do Gabinete Itinerante do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) com lideranças na cidade de Bento Gonçalves (RS). A equipe do Ministério contou com a presença da secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do Mapa, Renata Miranda, e foi conduzida pelo diretor do Departamento de Apoio à Inovação Agropecuária, Alessandro Cruvinel. Também fizeram parte da comitiva o superintendente Federal de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul, José Cleber Dias de Souza e sua equipe local.
Em sua segunda semana de atuação no estado, além de visitas às áreas afetadas no meio rural nos municípios de Caxias do Sul, Feliz, Nova Petrópolis, Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Bento Gonçalves, a equipe técnica realizou reunião para a escuta das demandas prioritárias, segundo a avaliação das autoridades e lideranças do setor produtivo, para a retomada das atividades depois das fortes chuvas e cheias que assolaram o estado gaúcho. O Gabinete faz parte do Programa Emergencial de Reconstrução do Agro no Rio Grande do Sul (PERSul).
Abrindo o encontro, o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Adeliano Cargnin, apresentou uma síntese sobre o impacto das cheias nos municípios que integram a microrregião de Caxias do Sul (acesse a apresentação), elaborado pela Embrapa Territorial (Campinas, SP). Dos oito municípios, todos tiveram alguma inundação ou deslizamento. Os municípios com maior área atingida são: Veranópolis (2.501 ha ou 9% do município), Bento Gonçalves (1.606 ha ou 6% do município) e Cotiporã (1.166 ha ou 7% do município). Outro dado importante apresentado foram os 1539 imóveis rurais impactados, sendo 95,3% de pequenos proprietários, segundo dados do Cadastro Ambiental Rural de abril de 2024. “Bento Gonçalves foi o município mais atingido, com 457 imóveis rurais afetados”, destacou.
Após a apresentação da Emater-RS/Ascar sobre os efeitos das chuvas em áreas como infraestrutura, abastecimento de água, habitação e produção agropecuária, os integrantes do Gabinete se apresentaram e ouviram as demandas dos participantes, que envolveram desde questões fiscais, redução de impostos, ações para a retomada do turismo, linhas de crédito específicas, até planejamento de ações estruturantes. Destaque para a entrega, pelo Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul – CONSEVITIS-RS, de documento com um resumo inicial das perdas no campo e nas vinícolas e de sugestões para a retomada do processo produtivo e mercadológico.
“Nós precisamos ter um olhar estratégico para o futuro e a sustentabilidade da vitivinicultura na Serra Gaúcha”, pontuou Cedenir Postal, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves e vice-presidente da Comissão Interestadual da Uva, que realizou a entrega dos documentos juntamente com o vice-presidente do Consevitis e presidente da Uvibra, Daniel Panizzi, aos representantes do MAPA, Alessandro Cruvinel e José Cleber Dias de Souza.
Segundo Cruvinel, a experiência de escuta e visita local foi de grande importância para compreender a realidade local e direcionar as próximas ações da pasta em atendimento ao setor no estado. “A gente não tinha noção da dificuldade do escoamento da produção de vinhos e também dos impactos do enoturismo na região. Os danos dos deslizamentos e inundações foram muito grandes na Serra, portanto as ações em estradas serão fundamentais”, disse.
“É importante construir uma proposição da região, além dessas ações emergenciais levantadas; contamos com a Embrapa para obter esses diferenciais técnicos para um planejamento estruturante relacionado à vitivinicultura na Serra”, destacou o superintendente José Cleber Dias de Souza. Ficou acordado que na Serra Gaúcha, o encaminhamento das demandas serão lideradas pelo Conselho Regional de Desenvolvimento - Corede para as questões estruturantes e pela Embrapa Uva e Vinho, a partir do Grupo de Trabalho que reúne diferente entidades para as questões técnicas relacionadas à vitivinicultura no Rio Grande do Sul, constituído a partir do encaminhamento da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Tudo sobre as ações do Governo Federal no RS em uma única página. Acesse aqui
Programa Emergencial
O Programa Emergencial de reconstrução do Agronegócio no Estado do Rio Grande do Sul (PERSul) foi lançado durante visita do ministro Fávaro ao estado no dia 28 de maio por meio da Portaria nº 863/2024 e visa apoiar a recuperação das atividades agropecuárias nas regiões severamente afetadas por enchentes e deslizamentos, devido às intensas chuvas que assolaram o estado gaúcho. O programa tem vigência até o dia 31 de dezembro de 2024.
A iniciativa visa reparar os danos e fortalecer a resiliência do agronegócio gaúcho, demonstrando o compromisso do Governo Federal em apoiar as áreas rurais afetadas, além de garantir a continuidade das atividades agrícolas no estado. As reuniões nas diferentes localidades e as visitas são momentos importantes para o levantamento de demandas.
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte