Esporte

Luta de Verônica, pela vida e pelo pódio, traz vitórias históricas para o Brasil

Bolsista do Bolsa Atleta, Verônica Hipólito somou mais uma medalha na coleção: o bronze nos 100 metros da Classe T36 do Mundial de Atletismo Paralímpico do Japão

Agência Gov | Via Esporte
02/06/2024 11:41
Luta de Verônica, pela vida e pelo pódio, traz vitórias históricas para o Brasil

Verônica Hipólito é um milagre. Não há melhor forma para defini-la. Desde cedo, desenvolveu uma paixão pelo esporte que se mistura com a sua própria razão de viver. Desde cedo, a paixão pelo esporte transformou-a numa vencedora. E apaixonada, pelo esporte e pela vida, venceu um número surpreendente de problemas de saúde que, não fosse a sua capacidade de resiliência, já a teriam tirado de nossa convivência.

Por isso mesmo, Verônica faz valer cada medida de ar que respira. Destemida e determinada, trouxe medalhas inéditas e históricas para o desporto paralímpico brasileiro. Nascida em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, há 28 anos completados neste domingo (2/6), Verônica Hipólito conquistou as medalhas de prata e bronze nos Jogos Paralímpicos de Verão de 2016 no Rio de Janeiro, nas provas de 100 metros e 400 metros na classe T38. Também foi campeã mundial nos 200 metros rasos e vice nos 100 metros rasos no Mundial de Para-Atletismo em Lyon 2013. Conquistou três ouros e uma de prata nos Jogos Pan-Americanos de 2015 em Toronto e pratas nos Parapan-Americanos de 2019 em Lima.

As doenças citadas acima não são simples. Mas cada vez que enfrentou um tumor no cérebro (já foram várias) ou venceu uma cirurgia no intestino, saiu do hospital para surpreender o mundo e a si mesma.

Com o tempo, aprendeu a transformar dores em vitórias. E carrega consigo uma habilidade de reconstruir cada etapa da vida com a alegria típica dos erês. Sorri e vai em frente. E dessa forma dá visibilidade às pessoas com todo e qualquer tipo de deficiência. Seguindo em frente, aprende, ensina, conquista e compartilha.

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Da sua cabeça – tão sujeita aos insistentes tumores e tão resgatada pelas habilidades dos médicos e avanços da ciência – nasceu o Time Naurú. Uma ONG criada para oferecer o esporte para todas as pessoas e corpos, em todas as manifestações do esporte, da iniciação ao altíssimo rendimento, com pessoas com e sem deficiência. O termo Naurú vem da etimologia Tupi Guarani e significa bravo, herói, guerreiro e cheio de vontade. Representa a diversidade e a resiliência dos atletas paralímpicos, olímpicos e toda a nossa sociedade.

Aos 28 anos incompletos e depois de nova cirurgia, mudou de categoria por conta das avaliações médicas, conquistou índice para chegar ao mundial de atletismo paralímpico do Japão e já carrega no peito a medalha de bronze pelo terceiro lugar na prova de 100 metros da Classe T36.

Verônica é uma das selecionadas do Bolsa Atleta, o maior programa de apoio individual a atletas do mundo. E nunca esquece a importância do programa para a sua carreira. A menina que escolheu viver opera milagres. Corre a passos largos e com um sorriso no rosto para fazer história daqui a pouco, nos Jogos Olímpicos de Paris. 

Por: Ministério do Esporte
Edição: Paulo Donizetti de Souza/Agência Gov

 

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