Brasil e Bolívia assinam acordo para combate ao tráfico de pessoas
Instrumento atende recomendações do 4ª Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que será lançado em 30 de julho
Os governos do Brasil e da Bolívia firmaram Acordo de Cooperação para fortalecer o Combate ao Tráfico de Pessoas, o Contrabando de Migrantes e Crimes Conexos.
O instrumento foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se reuniu com o presidente boliviano, Luis Alberto Arce, em visita oficial a Santa Cruz de La Sierra, na noite de terça-feira (9).
O instrumento tem como objetivo realizar ações conjuntas entre os países para enfrentar o crime, por meio de mecanismos de prevenção, assistência, proteção de vítimas e persecução penal, que garantam o respeito e a vigência de seus direitos humanos, de acordo com a legislação de cada país.
Com o acordo, o Brasil assume a responsabilidade para o enfrentamento ao tráfico de pessoas e contrabando de migrantes, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Os países desenvolverão conjuntamente um plano de trabalho com relação aos compromissos assumidos neste acordo.
Os governos vão monitorar e cumprir obrigações, como o controle de documentação para autorização e execução de viagens; implementação das medidas necessárias de controle de fronteiras; garantia do direito à proteção da identidade e privacidade das vítimas; desenvolvimento, em conjunto, de um protocolo para a repatriação voluntária de vítimas; e adoção das medidas e meios necessários para garantir mecanismos adequados de controle da documentação.
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Plano de Trabalho
A coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MPSP), Marina Bernardes, explicou que o acordo está entre as ações do 4ª Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que será lançado no próximo dia 30 julho, data em se que celebra o Dia Mundial e Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
“O tráfico de pessoas, em que pese possa ser interno, também possui um forte caráter transnacional, o que requer efetiva cooperação com outros países para seu enfrentamento. Umas das ações prioritárias do novo plano é justamente aprimorar a cooperação internacional com os principais países de origem das vítimas de tráfico de pessoas no Brasil e de destino de nacionais vítimas de tráfico de pessoas no exterior. Sem dúvida, a Bolívia é um país estratégico para o Brasil nessa cooperação”, afirmou. “Inclusive, o próximo Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas: Dados 2021 a 2023, a ser lançado também no dia 30 de julho, aponta para o crescimento de não nacionais resgatados em condições análogas à escravidão, sendo as principais nacionalidades a paraguaia, seguida da venezuelana e da boliviana”, concluiu Marina Bernardes.
Cooperação Internacional
Em 2024, o Brasil celebra os 20 anos da promulgação da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (Decreto nº 5.015/2004), do Protocolo contra o Contrabando de Migrantes por Terra, Mar e Ar (Decreto nº 5.016/2004) e do Protocolo para Prevenir, Reprimir e Punir o Tráfico de Pessoas, especialmente Mulheres e Crianças, conhecido como Protocolo de Palermo (Decreto nº 5.017/2004). A Bolívia também é signatária dos instrumentos.
O acordo assinado atende ao compromisso internacional dos dois países. Como resposta à pactuação, o Brasil elaborou e aprovou sua Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (PNETP), por meio do Decreto nº 5.948, de 26 de outubro de 2006. A PNETP tem como finalidade estabelecer princípios, diretrizes e ações de prevenção e repressão ao tráfico de pessoas e de atendimento às vítimas.
Com objetivo de melhorar a capacidade do país no enfrentamento ao contrabando de migrantes, o MJSP lançou, neste mês, o 1º Plano de Ação sobre o tema. O objetivo é o desenvolvimento e implementação de estratégias focadas na prevenção, aprimoramento da resposta e na redução dos impactos do crime.
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