Igualdade racial

Comitiva angolana visita Fundação Palmares para estreitar laços

A delegação foi encabeçada pelo ex-vice-presidente de Angola, Bornito de Sousa

Agência Gov | via FP
31/07/2024 10:47
Comitiva angolana visita Fundação Palmares para estreitar laços
Divulgação
Em visita à Fundação Palmares, ex-presidente da Angola, Bornito de Sousa, assinou acorde de intenções

Estreitar laços, para melhor conhecer as conexões entre Brasil e Angola e a forte influência do país africano na formação do povo brasileiro. Esse foi/é um dos objetivos da visita do ex-vice-presidente de Angola, Bornito de Sousa, à Fundação Cultural Palmares, na última terça-feira (30).

Titular da fundação que leva seu nome, Sousa externou o interesse em estabelecer relações permanentes de cooperação entre as duas fundações, “que têm objetivos alinhados”, de promover a autodeterminação dos povos negros.

O presidente da Palmares, João Jorge Rodrigues, acatou e abriu possibilidades de concretização do intercâmbio, por meio de assinatura de acordo de intenção, aventando a possibilidade de início em 2025, quando Angola completa 50 anos de independência.

Na oportunidade, Rodrigues destacou os esforços do presidente Lula e da ministra da Cultura, Margareth Menezes, para melhorar a acessibilidade entre o Brasil e os países africados, com o estabelecimento, por exemplo, de voos comerciais diretos.

Prendas e emoção

Bonito ressaltou a importância de estimular a edição de livros sobre a história da África (“mas não contada pelos caçadores”), sublinhando a escassez e inconsistência dos que contam a história de Angola.

As autoridades dos dois países percorreram as instalações da nova sede da Palmares, agora alçada à condição de “Casa da cultura afro-brasileira”, e trocaram prendas – da parte da Palmares, livros e bottons; da Fundação Bornito, uma bela estatueta africana.

O diálogo perpassou questões sociais e artístico-culturais, sublinhando o impacto da música angolana no Brasil, marcadamente, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia (“a pequena Angola brasileira”, para onde a delegação seguiu).

Influência cultural que se mostrou viva, pulsante, atual, como se depreende dos versos da canção “Havemos de voltar”, de Edson de Carvalho e Augusto Daltro, da organização afro-baiana Ilê Aiyê, entoados pelos presentes:

“Coanza, Congo, Matamba e Angola de Ilê / As batalhas foram travadas / Ao querer fundar sua cidade / Ver seu povo em liberdade / Amava o traje e a riqueza / Soberana sua beleza / Ginga Deusa de Angola”.

Participaram do encontro o chefe de gabinete interino, Carlos Eduardo Souza; o diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira, Nelson Mendes; e a diretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro, Flávia Costa.

O presidente da Palmares (E) e Bornito de Souza: troca de presentes
O presidente da Palmares (E) e Bornito de Souza: troca de presentes

Por Fundação Palmares

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