Por que terremoto no Chile, na semana passada, fez Brasil tremer?

Na semana passada, ocorreu no Norte do Chile um terremoto de magnitude 7.4. O abalo sísmico, de magnitude relevante, foi sentido em São Paulo e registrado pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR).

Mas como terremotos distantes como este podem ser sentidos no Brasil? É sobre isso que falará o programa Ciência no Rádio desta semana (24/07). A entrevistada é Eveline Sayão, mestre em Geologia e bolsista do Programa de Capacitação Institucional do Observatório Nacional.

Eveline possui licenciatura plena em Geografia pela Fundação Educacional da Região dos Lagos, especialização lato sensu em Geoprocessamento Ambiental pela Universidade de Brasília (UnB) e mestrado em Geologia também pela UnB.

Terremoto no Chile faz Brasil tremer

Na noite de quinta-feira, dia 18 de julho, por volta das 22h50 no Horário de Brasília, ocorreu no Norte do Chile, na região de Antofagasta, um terremoto de magnitude 7.4.

O terremoto ocorreu a uma profundidade intermediária dentro da placa subductada de Nazca, a uma profundidade de cerca de 120 km sob a fronteira tripla do país entre Chile, Argentina e Bolívia.

O abalo sísmico foi registrado por todas as estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), projeto que monitora a sismicidade do Brasil sob coordenação do Observatório Nacional.

O terremoto foi sentido em várias cidades de São Paulo, apesar da distância do epicentro. De acordo com as Defesas Civis, pelo menos 62 cidades do estado de São Paulo, na região metropolitana da capital, do litoral e do interior, sentiram os reflexos do terremoto chileno.

Sismos que ocorrem na região dos Andes , a depender da magnitude e profundidade, podem ser sentidos no Brasil , sobretudo em São Paulo. Isso ocorre porque o estado está localizado em uma bacia sedimentar , estrutura geológica que possui a característica de amplificar ondas sísmicas .

Então, se as pessoas estão em lugares altos como prédios ou bairros altos, têm uma chance de sentir esse tremor. O horário em que o terremoto chileno ocorreu também facilita que este seja sentido pelas pessoas, que estão geralmente em casa em um momento mais calmo do dia.

Não é tão raro assim que sismos ocorridos nos Andes sejam sentidos em estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina entre outros. Isso já ocorreu outras vezes no passado.

Desde 1906, mais de 50 terremotos distantes, registrados na costa sul-americana, com magnitudes superiores a 5, foram sentidos no Brasil, sendo que 80% aconteceram em profundidades superiores a 100 km.

O evento causou medo para alguns moradores, levando alguns prédios a serem evacuados , de acordo com a Defesa Civil do Estado. Apesar do susto, é muito pouco provável que sismos como este causem algum dano estrutural.

Neste caso, em particular, a Defesa Civil da capital paulista informou que, após o terremoto, realizou 28 vistorias em imóveis na cidade. De acordo com o órgão municipal, não houve registro de abalo estrutural e necessidade de interdições.

Sobre o Programa Ciência no Rádio

O programa Ciência no Rádio é resultado de uma parceria do Observatório Nacional (ON) com a Rádio MEC, criada em 2015 para levar ao público informações científicas ligadas às três áreas de atuação do ON: astronomia e astrofísica, geofísica, metrologia em tempo e frequência. São mais de 380 programas ao longo desses anos! E todos estão disponíveis em nosso site. Clique aqui para ouvir .

Em maio de 2021, o Ciência no Rádio passou a ser transmitido também por outras frequências, alcançando São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília, além do Rio de Janeiro. Além disso, passou a ser disponibilizado um contato de WhatsApp para que o ouvinte possa interagir com sugestões de temas para o programa: (21) 99710-0537.

Em outubro de 2023, o Ciência no Rádio foi indicado na categoria Rádio ao Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar. A indicação reconhece o compromisso e a excelência do programa na divulgação científica. Os resultados foram divulgados no dia 19 de outubro.

Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.