Ministra da Saúde reforça compromisso com a saúde indígena Yanomami em Boa Vista (RR)
Nísia Trindade se reuniu com lideranças indígenas e acompanhou a primeira teleconsultoria no território. Agenda articula novas estratégias para a saúde da região nos próximos meses
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, cumpre agenda nesta terça-feira, 13 de agosto, em Boa Vista (RR), onde se reúne com lideranças indígenas para discutir avanços no território Yanomami. O encontro faz parte do esforço do Governo Federal em articular novas ações e estratégias para o fortalecimento da saúde indígena da região nos próximos meses.
"Conseguimos, num esforço muito grande, a desintrusão do garimpo, a melhoria de indicadores de saúde e o fortalecimento dos cuidados com a população indígena. Definitivamente, estamos em um novo ciclo. Sabemos como essa crise afeta a realidade do povo Yanomami. Estamos empenhados para solucionar as questões”, ressaltou Nísia.
O investimento do ministério na assistência ao povo Yanomami subiu 2.498% nos últimos anos. O montante saltou de R$ 1,3 milhão, no período entre 2019 e 2022, para R$ 34,2 milhões atuais. O valor foi usado na ampliação e melhoria da estrutura da saúde da população indígena.
Mais de 1,5 mil ações de infraestrutura e saneamento foram concluídas, a exemplo da reestruturação de dez unidades básicas de saúde indígena (UBSIs); 109 implantações, reativações e melhorias em sistemas de abastecimento de água; instalação de 22 sistemas fotovoltaicos; 249 medidas de gerenciamento de resíduos sólidos e 411 de monitoramento da qualidade da água. Adicionalmente, foram realizadas 80 operações de limpeza e manutenção de pistas de pouso para garantir a acessibilidade e segurança nas áreas críticas.
Entre as ações mais expressivas, a ministra destacou a reabertura de sete polos base. Ao todo, 5,2 mil indígenas voltaram a ter acesso aos serviços de saúde. “Estamos com todos os 37 polos de saúde abertos. Havia um número muito expressivo de indígenas sem assistência, o que mudamos no nosso governo”, salientou Nísia Trindade.
INDICADORES DE SAÚDE — O Ministério da Saúde também aumentou a cobertura de acompanhamento da vigilância alimentar e nutricional em menores de cinco anos. Ao todo, no primeiro trimestre deste ano, 3,3 mil crianças foram acompanhadas nutricionalmente. No mesmo período do ano passado eram 2,7 mil.
Uma das principais inovações que reduziram a desnutrição no território foi a introdução às fórmulas terapêuticas F75 e F100 usadas para o tratamento da desnutrição grave nas fases iniciais de reabilitação.
No primeiro trimestre deste ano, o Ministério da Saúde ampliou também os atendimentos de síndromes gripais em 136%. Entre janeiro e março de 2023 foram 1,4 mil atendimentos. O número passou para 3,4 mil no mesmo período deste ano.
A atuação do Ministério da Saúde investiu ainda no aumento da imunização. Houve aumento na comparação entre o primeiro trimestre de 2023 e de 2024. As doses de rotina passaram de 8.048 mil nos três primeiros meses do ano passado, para 11.872 neste ano — alta de 47,5%. Já as doses aplicadas em campanha saltaram de 3.225, em 2023, para 6.636 neste ano. O resultado significa aumento de 105% no período.
TELESSAÚDE — A ministra acompanhou ainda a primeira teleconsultoria em território Yanomami. O avanço permitirá que os indígenas tenham acesso a especialistas como oftalmologista, nutricionista, dermatologista e cardiologista, entre outros, sem sair de suas comunidades. O Ministério da Saúde instalou 98 pontos de internet na área indígena de Roraima e Amazonas. Além disso, enviou 106 computadores para o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami.
BOLETIM — A visita da ministra a Boa Vista ocorre dias após o Ministério da Saúde divulgar um novo informe do Comitê de Operações Emergenciais (COE) Yanomami. No primeiro trimestre deste ano, foram notificadas 74 mortes no território. Na comparação com igual período do ano passado, houve queda de 33%. Nos três primeiros meses de 2023 foram registradas 111 mortes. O documento ressalta que os principais agravos tiveram queda como óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas graves.
O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com dez milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, o Ministério da Saúde investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal. A pasta aumentou o efetivo de profissionais, dobrou o investimento em ações de saúde e trabalhou para garantir a assistência e combater doenças no território, como a malária e a desnutrição.
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