Mulheres

Violência contra mulheres não permite omissão, alerta secretária. 'É preciso se posicionar'

Articulação pelo Feminicídio Zero conclama empresas, clubes, movimentos e cidadãos a não permitir que nenhuma forma de violência seja naturalizada. Secretária explica como agir

Agência Gov
20/08/2024 15:45
Violência contra mulheres não permite omissão, alerta secretária. 'É preciso se posicionar'
Reprodução/Canal Gov

Como uma mulher deve agir quando a passa a ser vítima de situações de violência? E um um amigo que presencia um colega de trabalho assediando moralmente ou sexualmente uma outra colega? E quando existe a suspeita ou constatação de que a vizinha do condomínio está sendo agredida dentro de casa, qual atitude tomar? Respostas a essas e outras questões estão sendo intensivamente levantadas durante este Agosto Lilás pela Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero – Nenhuma Violência contra a Mulher deve ser Tolerada. Quem reforça os objetivos e mensagens da campanha é a Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, Denise Motta Dau, em entrevista ao telejornal Brasil em Dia, do Canal Gov da EBC.

De acordo com a secretária, o movimento liderado pelo Ministério das Mulheres tem o objetivo de sensibilizar a sociedade: empresas, clubes esportivos, movimentos sociais, homens e mulheres para que o conjunto da sociedade se conscientize, se engaje e não permita que a violência contras as meninas e mulheres seja naturalizada.

"É importante que as pessoas fiquem atentas a qualquer sinal de violência que uma mulher esteja enfrentando, e não apenas a doméstica. Muitas vezes percebemos que um amiga, uma colega de trabalho, está passando por situação de violência, e aí é fundamental que essa pessoa seja acolhida, orientada", afirma Denise. Parte do enfrentamento passa até mesmo pelo fato de as pessoas saberem a quem recorrer, ou mesmo que consigam desabafar com uma colega de trabalho ou uma amiga.

"É importante também, é por isso que a gente está na campanha querendo alcançar homens e mulheres, que quando uma mulher, num ambiente de trabalho, está sendo mais assediada, sexualmente, moralmente, que ele interfira, dialogue, diga para o colega que isso não é legal, não é correto e que isso deve parar", ressalta.

A superação de um ambiente de ódio, em que mulheres sejam vistas com papel secundário, de subserviência ou subalternidade, ela destaca, exige que homens e mulheres se posicionem. "As mulheres devem e podem estar nos espaços onde querem com liberdade e com segurança. Então a campanha também vai aos clubes de futebol para seja ampliada a conscientização e o engajamento da sociedade no enfrentamento à violência, em especial contra o feminicídio". A secretária pondera que muita gente, homens e mulheres, fica indignada com as diversas violências por que passam as mulheres, mas acaba se omitindo, ou não sabendo como ajudar. Daí a importância do Agosto Lilás chegar a todos os lugares, inclusive, desde o início do mês, nos estádios de futebol.

Acompanhe a entrevista no Brasil em Dia, do Canal Gov

Entrevista de Denise Motta Dau ao Brasil em Dia

O que fazer em caso de violência contra mulheres

  • Polícia – Quando é um caso de emergência (por exemplo, ver ou ouvir que uma vizinha está sendo agredida), telefonar para 190.
  • Se for para pedir orientação sobre qual serviço mais adequado para o tipo de violência enfrentada, qual o serviço mais próximo à residência, ou para um acolhimento inicial, por exemplo, um Centro de Referência da Mulher, onde ela vai buscar um atendimento psicológico, social ou onde denunciar, é para ligar para 180.
  • Também há uma plataforma muito atualizada do Ligue 180 on-line.

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