90% dos incêndios no Pantanal estão extintos ou controlados
Queimadas extintas ou controladas, tanto na Amazônia, quanto no Cerrado, somam 65%. Dados são de boletim divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima na última terça-feira (10)
Dos 116 incêndios identificados no Pantanal, 83 estão extintos. Outros 33 estão ativos, dos quais 21 estão controlados. Os dados são do Boletim divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) na última terça-feira (10/9). Segundo o levantamento, os esforços federais contribuíram ainda para a extinção e controle de 65% das queimadas nas regiões da Amazônia e do Cerrado. Somados, os profissionais em campo nos biomas chegam a 2.746, com efetivo do Ibama, ICMBio, Força Nacional de Segurança Pública e Forças Armadas.
Confira o Boletim completo
“Nós fomos capazes de mobilizar brigadistas, equipamentos, ter uma sala de situação e fazer um trabalho integrado que envolve mais de 20 ministérios para fazer esse enfrentamento, sobretudo no Pantanal e na Amazônia. Mas tem uma parte de tudo isso que é a mudança de comportamento, nós já estamos vivendo nos extremos climáticos e não tem mais como as pessoas imaginarem que podem fazer as mesmas coisas que fizeram no passado”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista ao Portal Intercept Brasil.
De 1º de janeiro a 1º de setembro de 2024 foram queimados 1.708.750 hectares no Pantanal (11,3% do bioma). No mesmo período, foram queimados 8.054.350 hectares na Amazônia (1,9% do bioma) e 8.994.925 hectares no Cerrado (4,53% do bioma). Um dos principais focos de enfrentamento à seca – a mais grave em 75 anos – e aos incêndios é a criminalização das queimadas provocadas por ação humana.
Leia também
• ‘Queima controlada’ para pasto ou cultivos no Pantanal será tratada como crime
Ainda em entrevista, Marina Silva, defendeu o endurecimento da pena para queimadas e a criação de uma figura legal da 'emergência climática'. Marina também disse que o novo legado será um plano estruturado para adaptar o país às mudanças do clima. Para ela, “não é justo que você tenha uma ação criminosa com intenção de queimar e depois fica todo mundo cobrando das instituições públicas que corram atrás do fogo”.
“Que a gente consiga ter uma população que entenda que o uso do fogo em um contexto de mudança climática, de eventos climáticos extremos, não tem força humana que consiga conter se as pessoas não pararem de queimar”, completou.
O reforço do planejamento das ações no Pantanal começou em setembro do ano passado. A ação preventiva do Governo Federal contribuiu para que a combinação de mudança climática, escassez hídrica e uso errado do fogo, que provocaram uma antecipação das temporadas de incêndios no bioma, não provocasse cenas ainda mais desoladoras e atingisse proporções maiores que as até agora vistas.
Leia também
• Decreto cria comitê de combate ao fogo, com participação da sociedade civil
Os incêndios florestais no Brasil e em outros países da América do Sul são intensificados pela mudança do clima, que causa estiagens prolongadas em biomas como o Pantanal e Amazônia. De acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), em 2024, 58% do território nacional é afetado pela seca. Em cerca de um terço do país, o cenário é de seca severa.
Por Agência Gov, com informações do Intercept Brasil
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte