Saúde

Comunidades ribeirinhas do Acre recebem visita técnica da Força Nacional do SUS

Na região, 3 mil comunidades estão sem acesso à água potável

Agência Gov | Via Ministério da Saúde
20/09/2024 20:05
Comunidades ribeirinhas do Acre recebem visita técnica da Força Nacional do SUS

Em Cruzeiro do Sul, município acreano, equipes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) visitaram comunidades ribeirinhas que estão desabastecidas de água e alimentos devido à seca extrema que acomete o estado há aproximadamente dois meses.

Além das equipes das secretarias Municipal e Estadual de Saúde, participaram também da visita a equipe da Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento e a Defesa Civil municipal.

O município possui 37 ramais, com aproximadamente 20 mil moradores. Para fazer o diagnóstico situacional de saúde na área ribeirinha, a equipe visitou os 3 ramais mais afetados pela situação.

De acordo com a enfermeira emergencista da Força Nacional do SUS, Conceição Mendonça, há uma dificuldade no acesso à água potável para consumo e a higiene pessoal acaba sendo feita em açudes contaminados. "Em virtude da seca extrema, a alimentação de algumas famílias que vivem da agricultura familiar está passando por instabilidade na garantia de uma alimentação saudável. Também identificamos algumas famílias com crianças e idosos com quadro de gripe e coriza", explicou a enfermeira.

É dos igarapés que a comunidade ribeirinha retira água para sobreviver, mas segundo a Defesa Civil municipal, os igarapés estão secando desde julho deste ano. Os moradores mostraram os efeitos da seca através das cacimbas, poços que captam água de minas subterrâneas, e açudes secos e dos peixes, que são criados para a própria alimentação e renda familiar, mortos por falta de água.

Assim como as queimadas, de acordo com o coordenador-geral de Mudanças Climáticas e Equidade em Saúde, Marco Horta, a seca e escassez de água também são monitoradas pela Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde , que elabora ações para enfrentar os desafios impostos por eventos climáticos extremos com rapidez e eficiência.

"Infelizmente, 3 mil famílias ribeirinhas estão sem acesso à água potável. É uma situação muito crítica. A principal economia dessas famílias é a produção da farinha, mas devido à estiagem, o plantio e a colheita da mandioca foram interrompidos", destaca Horta.

A equipe orientou os secretários sobre as propostas para elaboração de projetos de fortalecimento da agricultura e de acesso à água potável, por meio da construção de poços artesianos para melhoria da qualidade de vida da população rural ribeirinha.

Nesta sexta-feira (20), a equipe faria uma visita também ao município de Marechal Tramaturgo, que fica situada a 558 km da capital Rio Branco, mas pela quantidade de fumaça das queimadas que afetam o estado, não foi possível realizar o voo.

Próximos passos

Na próxima semana, a Força Nacional do SUS estará em Rondônia para o mapeamento da situação no estado.

O Ministério da Saúde tem prestado apoio a estados e municípios afetados pelas queimadas e pela seca extrema. O principal objetivo é monitorar a capacidade de assistência e elaborar planos de resposta em caso de emergência de saúde pública.

 

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