No Dia Internacional da Igualdade Salarial, G20 debate empoderamento econômico feminino
G20 Social na Trilha de Finanças e GT de Empoderamento Feminino discutem como os grupos de trabalho da Trilha podem contribuir para a equidade entre mulheres e homens
“Precisamos avançar na igualdade de gênero […] de forma que as mulheres possam efetivamente contribuir na construção de soluções para questões que vão desde o acesso a serviços públicos básicos até impulsionar um desenvolvimento econômico mais equitativo e sustentável”, disse a primeira-dama em sua fala de abertura.
A iniciativa do evento é baseada no Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5, igualdade de gênero, e em compromissos estabelecidos em outros tratados e convenções dos quais o G20 é signatário.
“É importante ressaltar que uma das entregas deste debate será um documento com comentários e sugestões para os delegados da Trilha de Finanças do G20”, afirmou a embaixadora Rosito. Ela observou que há elementos transversais da agenda de empoderamento das mulheres a serem desenvolvidos em todos os grupos de trabalho e iniciativas da trilha financeira, conforme a nota conceitual distribuída aos participantes. Alguns membros ressaltaram a importância dessa iniciativa da presidência brasileira do G20 ter continuidade na presidência sul-africana.
A secretária lembrou ainda que, segundo o acordo dos líderes em Nova Delhi, em 2023, os países membros se comprometem a promover participação significativa de mulheres na economia como tomadoras de decisão. “Completamente em pé de igualdade e de forma efetiva”, acrescentou. Vários participantes realçaram a importância da igualdade salarial, cujo dia internacional é celebrado nesta data, 18 de setembro.
A secretária Guarezi iniciou parabenizando a Trilha de Finanças do G20 “por este evento que incentiva a transversalidade da temática da igualdade entre mulheres e homens e fortalece a convergência do entendimento que pensar a economia, a macroeconomia, é pensar nas questões sociais e vice-versa, porque ambas se alimentam uma da outra”.
Ela trouxe ainda dados domésticos, que reforçam a coerência entre a política interna e externa brasileiras, como o Bolsa Família, que destina 83,4% de seus benefícios às mulheres, o que teve como consequência direta a redução da insegurança alimentar.
Receptividade
As falas dos presentes deram apoio à iniciativa da presidência brasileira. Lyndsey White, que compartilhou com os presentes acreditar ser a primeira representante mulher do Reino Unido no nível de vice-ministros, disse que o país apoia o aumento da representação feminina. E lembrou, com alegria, a imagem que viu na reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais, em julho: “Eram mais de 20 mulheres e posso afirmar que já avançamos muito, mas ainda temos muito a avançar”, colocou.
Patrícia Pollard, representante dos Estados Unidos, aprecia a iniciativa da discussão e espera o dia em que não será mais preciso falar mais sobre o assunto, porque simplesmente estará lá. “Espero que minha filha não precise lutar por essa questão.”
Outros presentes também compartilharam suas experiências nacionais, a exemplo do Egito e da Arábia Saudita, que trouxeram iniciativas que visam facilitar o acesso às instituições bancárias por parte das mulheres como pessoas físicas e empreendedoras, e da facilitação para que elas possam integrar mercados.
Outras representantes deram destaque à economia do cuidado e notaram que seus países vêm estabelecendo incentivos específicos para que as mulheres possam ampliar a sua participação na força de trabalho, como no caso de Japão e Singapura.
Confira a Issues Note do evento conjunto da Trilha de Finanças e a Trilha de Sherpas do G20
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