‘Quando o governo acerta, setor privado investe’, diz secretário do Mdic
Na Alemanha, secretário executivo do MDIC destaca ambiente positivo na economia brasileira e as oportunidades de cooperação entre os dois países
A uma audiência formada por empresários e representantes governamentais do Brasil e Alemanha, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Márcio Elias Rosa, apresentou nesta segunda-feira (23/9) uma mensagem sobre o momento econômico e as ações do governo federal, alinhadas à Nova Indústria Brasil (NIB), que tem impulsionado o investimento privado e aberto oportunidades de cooperação entre os dois países.
"O fato de o Brasil estar empreendendo desse modo, realizando essas políticas que eu mencionei, tem permitido que o setor privado, e essa é a boa notícia, responda às ações do governo. Aliás, esse é um detalhe interessante. A sociedade civil e o setor privado sempre respondem positivamente quando o governo acerta”, ressaltou o secretário durante a abertura do 40º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), em Wolfsburg, na Alemanha.
"No Brasil, nós assistimos neste ano o lançamento do programa Mover, mobilidade verde sustentável, que talvez seja o mais transformador para a indústria automotiva na América do Sul e no Brasil”, acrescentou.
O Mover concede créditos financeiros para a indústria automotiva, como contrapartida a investimento em pesquisa e inovação, considerando a eficiência energética, a sustentabilidade ambiental e a reciclagem. O Mover estimulou o setor automotivo a anunciar investimentos no Brasil de R$ 130 bilhões nos próximos anos.
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Outros setores que também anunciaram investimentos, como reflexo das medidas alinhadas à neoindustrialização, são alimentos e bebidas (R$ 120 bi), papel e celulose (R$ 105 bi), aço (R$ 100 bi), semicondutores e eletroeletrônicos (R$ 85,7 bi) e Saúde (R$ 39,5 bi), totalizando mais de meio trilhão de reais.
O secretário executivo também destacou que ações estruturais realizadas no Brasil têm gerado bons resultados na economia, com inflação sob controle e projeção de crescimento do PIB de 3,2% neste ano, o que coloca o Brasil como um destino estratégico investimentos.
"Ao alinhar crescimento econômico com sustentabilidade e inovação tecnológica, nossas nações têm a oportunidade de construir um futuro de prosperidade compartilhada”, ressaltou.
Transição energética
A descarbonização do setor de energia é um desafio global, que o governo colocou como a Missão 5 da Nova Indústria Brasil. Para o secretário, a matriz energética limpa e renovável é vantagem competitiva do Brasil no contexto atual.
"O Plano Nacional de Transição Energética do Brasil é ambicioso, com forte ênfase em energias renováveis e descarbonização. Nossa matriz energética já está entre as mais limpas do mundo, e a cooperação com a Alemanha pode acelerar ainda mais essa transição”, disse.
Elias Rosa indicou, ainda, que projetos nas áreas de hidrogênio verde, energia eólica offshore e painéis solares, alinhados à NIB, têm grande potencial de colaboração entre nossas nações.
"A cooperação estratégica entre nossos países não é apenas uma necessidade, mas também uma oportunidade para moldar a indústria global de maneira mais inclusiva, sustentável e eficiente”, destacou o secretário no encontro anual.
Comércio bilateral
Realizado anualmente, o próximo Encontro Econômico Brasil-Alemanha será em Salvador (BA) em 2025. A Alemanha, 3º maior economia do mundo, é o 8º maior investidor no Brasil. Em relação ao comércio, o Brasil exportou US$ 3,5 bilhões para a Alemanha entre janeiro e agosto deste ano, e importou US$ 9,3 bilhões, num saldo de US$ 5,7 bilhões beneficiando o país europeu.
De 22 a 24 de setembro, o secretário executivo do Mdic participa de extensa agenda na Alemanha com o objetivo de fortalecer a cooperação econômica entre os dois países. Nesta terça, ele participará da 50ª Comissão Mista Brasil-Alemanha de Cooperação Econômica (Comista), um fórum de alto nível que reúne representantes dos governos brasileiro e alemão para discutir temas bilaterais relacionados a comércio, investimentos, ciência e tecnologia, e do encerramento da Semana da Amazônia, que discute soluções sustentáveis para a região amazônica e promove a cooperação internacional em prol da preservação da maior floresta tropical do mundo.
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