Em Washington, Ministra Nísia Trindade destaca relevância das Américas para o acordo das pandemias
Em agenda na Opas/OMS, a ministra da Saúde também falou sobre a estratégia de redução da mortalidade materna e sobre a conquista do Brasil como país livre da filariose linfática
A ministra Nísia Trindade disse, nesta terça-feira (1º), durante participação no Conselho Diretor da Organização Pan-Americana (Opas/OMS) em Washington DC, nos Estados Unidos, que espera o fortalecimento da cooperação entre os países das Américas e que o “Brasil tem esse compromisso firmado pelo presidente Lula”. A ministra da Saúde destacou a relevância da região no acordo para pandemias.
Para a ministra, as Américas têm um papel central na discussão do acordo para pandemias. “Foi a região que mais sofreu proporcionalmente, com mortes causadas pela Covid-19 , que passaram a poder ser evitadas pela vacinação , mas que nós não tivemos o acesso à vacina tão rápido quanto seria necessário”, disse.
“É um exemplo de que essa união é fundamental e que as Américas têm muito a dizer para a saúde global, pensando em termos de equidade no acesso à ciência, tecnologia e inovação em benefício da saúde”, acrescentou a ministra brasileira, destacando, ainda, a simetria do país com a estratégia para o enfrentamento à mortalidade materna, um dos temas centrais do encontro internacional.
“Quero ressaltar a discussão da estratégia para mortalidade materna zero, que é muito convergente com a recém lançada Rede Alyne no Brasil , uma rede de cuidado integral à gestante e aos recém-nascidos. Nós temos uma convergência enorme e a minha expectativa é que avancemos”, frisou.
Nísia também reforçou importância da discussão do relatório anual, apresentado pelo diretor da Opas/OMS, Jarbas Barbosa, a importância da produção local e regional e o impacto das mudanças climáticas na saúde e medidas que estão sendo tomadas na região.
Brasil livre da filariose linfática
Nesta segunda-feira (30), o Brasil recebeu a certificação de país livre da filariose linfática como problema de saúde pública, doença parasitária crônica, considerada uma das maiores causas mundiais de incapacidades permanentes ou de longo prazo. Para Nísia Trindade, o programa Brasil Saudável , lançado pela atual gestão, é a grande referência do Brasil.
“O que nós podemos ter de referência para outras doenças é que o Brasil lançou a iniciativa do Brasil Saudável, com foco na eliminação, como problema de saúde pública, de um conjunto de doenças de determinação social. Isso requer uma visão integrada de saúde e que o SUS do nosso país é a grande referência. É atuar na vigilância de uma maneira constante, reforçar o componente de ciência e tecnologia, cuidando daquelas doenças que ainda temos casos identificados”, defendeu.
Nísia destacou, ainda, a importância da atuação conjunta das esferas federal, estadual e municipal para a eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública no Brasil e reforçou o papel da pesquisa para que o país pudesse alcançar este resultado.
“Quero lembrar do papel fundamental dos institutos de pesquisa voltados para saúde pública, no caso da filariose, a Universidade Federal de Pernambuco, a Fiocruz Pernambuco e o Instituo Aggeu Magalhães. Lá nós temos os laboratórios dedicados a olhar para a transmissão e dar elementos para eliminação dessas doenças. No caso da filariose, foi essa relação entre o centro de pesquisa e gestão que permitiu que chegássemos a esse resultado” concluiu a ministra Nísia Trindade.
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