Evento paralelo do G20 reforça importância da transversalidade das políticas para as mulheres para superação das desigualdades
Encontro do GT de Empoderamento de Mulheres em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe reuniu grupos de trabalho e de engajamento, além de organismos internacionais
"Nós precisamos discutir o futuro a partir da centralidade das mulheres nos espaços de decisão e no enfrentamento às desigualdades, tanto econômicas como de gênero e raça ", afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, n o "Evento Paralelo: A integração da perspectiva de gênero no G20", fruto de parceria do Grupo de Trabalho de Empoderamento das Mulheres (EWWG, em inglês) , coordenado pelo Ministério das Mulheres, com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF). Para Cida Gonçalves, os g rupos e esforços do G20 devem ser direcionados à " uma nova globalização com o olhar, a perspectiva de desenvolvimento e de economia a partir das mulheres" .
O evento, realizado n esta quinta-feira (10) , contou também com a primeira-dama do Brasil e socióloga, Janja Lula da Silva , que reforçou como as demandas e prioridades sugeridas pelo grupo estreante em 2024, EWWG, são necessárias uma vez que "m esmo as maiores economias do mundo, reunidas no G20, ainda não conseguiram superar a violência baseada em gênero e todas as outras formas de manifestação da desigualdade econômica e social entre mulheres e homens ".
Esta mensagem foi reforçada pela r epresentante do CAF no Brasil, Estefânia Laterza : "Ainda vivemos em um mundo que é muito desigual e essa desigualdade tem o rosto de mulher, tem muito a ver com a discriminação , com a violência e com a divisão desigual dos cuidados, ficando a s mulheres, em maioria, a cargo deste trabalho, privando-as de ter o mesmo poder que têm os homens" .
Segundo a secretária-executiva do Ministério das Mulheres e coordenadora do EWWG, Maria Helena Guarezi , "n ós temos que repetir a necessidade da igualdade entre mulheres e homens constantemente porque ainda há lugares que não querem nos nomear e nem nos permitir o direito ao nosso corpo e à nossa voz" .
Articulação
A preocupação com a transversalidade marcou a experiência brasileira com a presidência do G20, como ficou evidente na fala dos representantes dos Grupos de Trabalho da Trilha de Finanças, de Agricultura, Comércio e Investimentos, Sustentabilidade Ambiental e Climática, Emprego, Transição Energética, Educação, Pesquisa e Inovação e pela Iniciativa Bioeconomia , durante o painel "A construção da transversalidade nos grupos de trabalho do G20 durante a Presidência brasileira" .
Janaína Batista Silva, representando o G T de Comércio e Investimentos, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) , reforçou como o Brasil é um exemplo no setor na medida em que já realiza periodicamente pesquisas desagregadas por gênero. Nesse sentido, "estamos produzindo uma Declaração Ministerial reforçando a importância dos dados desagregados sobre a participação feminina e reforçando a importância do monitoramento desses dados para que a gente tenha um compromisso com a melhoria d a situação", disse. O GT de Comércio e Investimentos vai finalizar os debates ao final deste mês, nos dias 21 e 22 de outubro.
Para Inamara Santos Melo, representante do G T de Sustentabilidade Ambiental e Climática, é impossível falar sobre o tema sem discutir a transversalidade e a interseccionalidade de gênero, raça e classe social, "já que a desigualdade se apresenta como um forte agravante para os impactos clim áticos". Esta dimensão, Melo afirma, que também está contemplada no desenvolvimento do Plano Clima que consolida a política climática brasileira até 2035.
Também participaram das discussões a representante da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino; a c oordenadora de Projetos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Raíla Alves; e a d iretora r egional da Unesco, Anne Lemaistre , para tratar das pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20 em parceria com esses organismos internacionais.
Participação social
Outro ponto relevante destacado nos diálogos foi a preocupação brasileira e, em especial, do EWWG com a escuta ativa com representantes da sociedade civil, seja pela criação da Trilha do G20 Social ou com encontros, reuniões e troca de experiências com os Grupos de Engajamento, como os Grupos de Mulheres (W20), Negócios (B20), Juventude (Y20), Startups, entre outros.
Na última mesa, que teve como tem a " A dimensão da participação social: contribuições dos grupos de engajamento para o GT Empoderamento de Mulheres" , a C hai r do Woman20 (Mulheres20, em inglês), reforçou o alinhamento com o Grupo de Trabalho. "É uma batalha enorme falar do tema de gênero em todos os espaços e aqui nós vemos que todos os grupos, inclusive o Oceanos20, estão falando do tema de gênero", pontuou. "A gente não pode querer mudar o mundo deixando 52% das pessoas para trás e que são mulheres em toda a sua pluralidade", concluiu.
Confira a lista de todos os convidados e participantes dos GTs e GEs :
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Tatiana Berringer , GTs da Trilha de Finanças
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Ana Paula Porfirio, GT Agricultura
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Janaína Batista Silva, GT Comércio e Investimentos
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Inamara Santos Melo, GT Sustentabilidade Ambiental e Climática
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Maíra Lacerda, GT Emprego
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Mariana Espécie, GT Transição Energética
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Francisco Figueiredo de Souza, GT Educação
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Daniel Bieira Lodetti , Iniciativa Bioeconomia
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Sônia da Costa, GT Pesquisa e Inovação
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Ana Fontes, Delegada Líder do W20
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Ingrid Barth, Sherpa do STARTUP20
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Constanza Negri, Sherpa do B20
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Simone Pennafirme , Sous Sherpa do O20
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Juliana Cesar, Vice Presidenta do C20
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Carolina Tendler, Sous Sherpa do U20
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Marcus Barão, Chair do Y20 e Rayssa Lemes – Y20.
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