Federal desbarata casos de compra de voto, aliciamento e outros crimes eleitorais
Ações estão sendo desencadeadas em diversas cidades do País, e seguem nesta sexta-feira. Alguns dos casos foram denunciados pelo canal Comunica PF
Nesta sexta (4), a Polícia Federal e as polícias militares estaduais mantêm as operações contra crimes eleitorais. Em Juazeiro do Norte (CE), investigações continuam, com o objetivo de identificar outros possíveis envolvidos e garantir a lisura do processo eleitoral. Na quinta, as duas corporações prenderam quatro pessoas, acusadas de envolvimento em um esquema de troca de exames médicos por votos. Os suspeitos foram detidos e, após prestarem depoimento, foram liberados mediante pagamento de fiança.
Fake news - Nesta sexta, a PF realizou uma ação com o objetivo de apurar crimes eleitorais relacionados à disseminação de notícias falsas em Guajará-Mirim (RO). A ação visou identificar responsáveis por produzir e compartilhar conteúdos difamatórios contra candidato. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido, e a investigação pode envolver outros indivíduos e possíveis financiadores das postagens. Caso condenado, a pena pode ser superior a um ano de detenção, e o processo está em segredo de justiça.
Falsos eleitores - Com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais, a PF desbaratou esquema de inscrição fraudulenta de eleitor. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nos municípios de Governador Valadares/MG e Divino das Laranjeiras/MG.
Investigações revelaram um esquema de arregimentação de eleitores, inclusive com pagamento em dinheiro, que transferiu entre dezembro de 2023 e maio de 2024 cerca de mil títulos de Governador Valadares e municípios vizinhos para o município de Divino das Laranjeiras/MG, o que representou um incremento em 25% de eleitores nesse colégio eleitoral. Foram utilizados documentos falsos para comprovar a residência e o intuito da organização é que os eleitores transferidos votem em candidatos pré-indicados nas eleições municipais.
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O Ministério Público Eleitoral pediu a suspensão imediata do direito de votar dos eleitores que tiveram a fraude comprovada. Os suspeitos poderão responder por crimes de inscrição fraudulenta de eleitor e falsificação de documento com penas que, se somadas, podem chegar a onze anos de reclusão.
Compra de votos - Iniciada na noite de quinta-feira, 3/10, ação da Polícia Federal apreendeu R$ 1.859.040,00 em espécie, que estavam em caixas de papelão escondidas em dois veículos estacionados na garagem de um centro empresarial localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Os policiais federais cumpriram dois mandados de busca e apreensão na sede de duas empresas em atuação no Rio de Janeiro, sendo que o dono de uma delas é suspeito de praticar corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro. Os mandados judiciais foram expedidos pela 188ª Zona Eleitoral da Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro.
Os valores apreendidos foram encaminhados à Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro para o prosseguimento das investigações, no âmbito de inquérito policial instaurado para apurar a prática de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Com esta apreensão – a terceira realizada nesta semana –, a Polícia Federal no Rio de Janeiro contabiliza, até aqui, o montante de R$ 3.929.040,00, em espécie, apreendidos em ações de combate à prática de corrupção eleitoral neste ano de 2024.
Uma dessas ações se deu em Belford Roxo, onde a PF apreendeu R$ 150 mil, em espécie, no Centro da cidade, localizada na Baixada Fluminense. Após um trabalho de inteligência e troca de informações, os policiais federais abordaram um candidato a vereador e seu segurança, ambos em posse da quantia do dinheiro. As suspeitas são de que o dinheiro seria usado para praticar corrupção eleitoral. A ação contou com apoio do Grupo de Fiscalização Eleitoral do TRE.
A Polícia Federal reafirma seu compromisso com a proteção do processo eleitoral e a importância de combater práticas que possam comprometer a legitimidade das eleições. As denúncias podem ser feitas de forma anônima por meio do canal de comunicação “Comunica PF” na internet.
Lista de "comprados" - Na manhã desta sexta-feira, em uma ação de repressão a crimes eleitorais, com o objetivo de apurar a prática do delito de compra de votos, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em Santa Quitéria (CE). Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos e uma lista de eleitores com referência ao pagamento de valores.
No "flagra" - A Polícia Federal prendeu em flagrante, na quinta-feira, quatro pessoas envolvidas em compra de votos e associação criminosa na cidade de Teresina (PI). Durante ação de monitoramento em evento político na zona sul da cidade, policiais federais abordaram os envolvidos no instante da entrega de dinheiro. Dez pessoas foram conduzidas à sede da PF para prestar esclarecimentos, permanecendo quatro presas por suposto envolvimento em crimes de corrupção eleitoral e de associação criminosa.
As investigações apontam, até o momento, que cada eleitor recebia de R$ 100 a R$ 200, e que havia mais de 300 pessoas para receberem alguma quantia. Os eleitores seriam motoristas de aplicativo, e esse pagamento seria relativo a “adesivaço” realizado anteriormente. Foram apreendidos cerca de R$ 150 mil.
A Polícia Federal ressalta que a legislação veda a veiculação de propaganda eleitoral de qualquer natureza em veículos automotores prestadores de serviços públicos, nos quais se enquadram os veículos por aplicativo.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de corrupção eleitoral e associação criminosa, cujas penas máximas somadas chegam a sete anos de reclusão.
Operação Sufrágio - A Polícia Federal, em cooperação com o GAECO/MPE e a Polícia Civil do Ceará (PC/CE), deflagrou na manhã desta sexta-feira (4/10), a Operação Sufrágio, com o objetivo de desarticular um suposto esquema de compra de votos em Acarape, que contaria com a possível participação de membros de uma facção criminosa. As investigações indicam uma prática de compra de votos envolvendo o pagamento de valores em dinheiro aos eleitores, além da retenção de seus títulos eleitorais, no intuito de influenciar o voto em determinados candidatos.
Durante a ação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Acarape, resultando na apreensão de quase R$ 7 mil em espécie, além de diversos extratos de pix e títulos eleitorais.
Com a deflagração da Operação Sufrágio, a Polícia Federal, em conjunto com as demais instituições, busca aprofundar a coleta de provas e apurar a extensão do envolvimento dos suspeitos, assegurando a integridade do processo democrático e impedindo o abuso de poder econômico nas eleições municipais.
Com informações da PF
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